terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Proposta para a Fuvest. Indústria cultural.

Pensar a indústria cultural em uma sociedade marcada pelo consumo cada vez maior dos diversos produtos culturais possibilita-nos refletir e tentar encontrar alternativas de romper com todo o seu formalismo e suas formas simples, com as quais atingem seus consumidores. É preciso ter uma perspectiva crítica com relação ao tema. Reflita.
Escreva um texto no qual você procure responder, ( Ver coletânea atentamente, se fizer isso terá condição de escrever. Este é um tema importante. Perceba que o funk é só um pretexto.O que se pretende mesmo é que se avaliem as ideias da Escola de Frankfurt que abominavam a indústria da cultura e a sociedade de massas. Reflita se esse ideário ainda tem razão de ser. Mas apresente-os resumidamente no começo do texto para depois analisá-lo) ao sequinte:

Fenômenos de massa como o funk carioca podem criar novos fenômenos que promovam a fragmentação e a participação da sociedade? Ou fenômenos como esse servem apenas para alienar a sociedade? A indústria cultural é sempre alienante?http://www.redepeabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=12258#sthash.KjdeTaNL.dpuf]


Por muito tempo, os antropólogos acreditaram (com argumentos muito parecidos com aqueles utilizados pela teoria apocalítica da indústria cultural) que o mundo caminha para a homogeneização definitiva. Por isso a pressa de estudar as outras culturas antes que elas desapareçam, antes que tudo fique igual para sempre. O estudo de fenômenos como o mundo funk carioca mostra que novas diferenças podem ser criadas a qualquer momento, mesmo dentro de uma realidade “controlada” pelas multinacionais . do disco e da televisão. Talvez seja a hora de deixar de lado os preconceitos e a procura da pureza perdida. Para isso, basta seguir o velho e bom conselho de Lévi-Strauss: “é preciso também estar pronto para considerar sem surpresa, sem repugnância e sem revolta o que essas novas formas sociais de expressão não poderão deixar de oferecer de inusitado” (Lévi-Strauss, 1976:328-366).
- See more at: http://www.redepeabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=12258#sthash.KjdeTaNL.dpuf
........................................................Formado pela tradicional Escola de Frankfurt, fundada em 1923, o filósofo e sociólogo alemão Theodor Adorno vivenciou nos Estados Unidos experiências singulares que não eram possíveis na Europa, trazendolhe percepções que outorgaria a indústria cultural. Em seu livro Dialética do esclarecimento, Adorno define esse conceito de maquinismo midiático que comanda multidões, massas, enfim, que rege a sociedade e serve de alicerce para o capitalismo.
Quando migrou aos Estados Unidos, entre 1938 e 1946, foi trabalhar em um projeto na Radio Research Projet, que tinha como finalidade saber tudo sobre os ouvintes estadunidenses. Logo se tornou diretor musical do setor de pesquisa da Rádio Princeton.
Acostumado ao exigente e refinado gosto artístico europeu, que cultivava sonoridades como o compositor austríaco Alban Berg e do músico erudita Schönberg, Adorno sentiu-se deslocado e, sobretudo, causava-lhe espanto perceber que, em uma megalópole como os Estados Unidos, onde todas as pessoas buscavam histericamente meios de se tornarem únicas e singulares, os produtos fossem tão massificados, dentro de um padrão que ele (ainda) não entendia.
Em seus estudos, aprofundou-se na mídia americana e notou que ela não se voltava apenas para preencher despretensiosamente as horas de lazer aos seus espectadores, mas tinha como intenção domesticá-los. Percebera então que, mascarado em meio aos programas de TV, filmes, rádios, revistas e jornais estava uma força regida em função do lucro.
Entendera que ao chegar em casa, um indivíduo (ou uma família) tinha o seu momento de lazer controlado por uma força maior, que o bombardeava a todo o momento, por meio da mídia, com anúncios e clichês que garantiam o seu comprometimento com a produção e o consumo.
Ao compreender esse sistema, denominou-o de “indústria cultural” que, meticulosamente, condensa todos os seus consumidores a uma visão restrita de mundo, voltada às futilidades e obviedades, encorpando o ciclo vicioso em busca do lucro financeiro e o bom saldo econômico das grandes empresas e instituições.




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NOVOS MEIOS informacionais surgiram ao longo do século XX e início do século XXI, como é o caso da própria rede mundial de computadores (internet, mp3, mp4, televisão digital, etc.), bem como novas formas de produção cultural, como o avanço das técnicas musicais que utilizam aparelhos eletroeletrônicos com tecnologia avançada – o que fez que a indústria cultural ampliasse a difusão dos seus produtos e seu domínio. Assim, na sociedade atual, há uma rede de produção e difusão que busca vender seus produtos em todos os lugares do mundo, independente das particularidades regionais de cada país.
(...)
A quantidade de notícias a que se tem acesso na sociedade capitalista atual é diversificada, como também são diversificados os veículos que levam estas informações. Esta multiplicidade de dados é, na realidade, voltada para confundir a mente de grande parte da sociedade. Afinal, os veículos não conseguem analisar a sociedade de forma coerente com a sua realidade. Ao contrário, atendem um interesse comum, que é o da classe dominante.
O que existe na realidade concreta da sociedade são diferenças sociais, políticas, econômicas e culturais, razões pelas quais cada classe social utiliza os produtos da indústria cultural de forma diferente. São vários os exemplos a serem dados na sociedade atual, a partir da própria televisão – principal veículo de comunicação integrante da chamada indústria cultural e que produz programas diversificados, porém repetitivos –, que não atingem a todas as classes sociais de forma coerente e homogênea.
Suas novelas, com receitas repetitivas, não conseguem atingir o todo da sociedade. Além das classes sociais pensarem diferente, elas também têm gostos diferentes, não sendo possível atingir toda a sociedade. Aliás, algumas classes sociais são críticas em relação à televisão, bem como seus produtos. Dieter Prokop nos oferece elementos interessantes para esta análise.
Ele aponta outro caminho em relação à indústria cultural e seus produtos, que vai além da análise proposta por Adorno e Horkheimer. A postura teórica de Prokop é a ruptura com todas as ortodoxias. Neste caso, como bem afirma Ciro Marcons Filho, em A análise do produto cultural, Prokop analisa a teoria da indústria cultural a partir de uma perspectiva materialista.
Para ele, o espectador e consumidor dos produtos da indústria cultural não são um simples receptáculo como quer a indústria cultural, mas um ser pensante e crítico em relação aos seus produtos, seja negando ou mostrando a possibilidade de consumir outros produtos, ou sendo críticos em relação à repetição imposta pela indústria cultural. Segundo o pensador, mostrar as contradições existentes na indústria cultural é um bom ponto de partida para quem quer romper com esta fábrica de fantasias, pois o consumidor pode, sim, ter autonomia na escolha dos seus produtos e se apresentar de forma crítica perante a indústria cultural.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Interpretação de textos. Confidências de um Itabirano



Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.

A locução adjetiva 'de ferro' aparece, por meio da anáfora, três vezes. Na primeira, para agregar uma metáfora aos adjetivos 'triste' e 'orgulhoso; na segunda, na função denotativa da linguagem e na terceira em outra metáfora.

Explique sucintamente a relação entre o ferro das calçadas e o ferro nas almas.



E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

O que significa ser alheio ao que é porosidade? Explique brevemente. 

A vontade de amar, que me paralisa 

Qual é o sujeito de 'paralisa'?

o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.


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De Itabira trouxe prendas2 que ora te ofereço:
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!

domingo, 28 de dezembro de 2014

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO E GRAMÁTICA FUVEST

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Essa lambança da Petrobras com as empreiteiras e suas possíveis últimas consequências na economia e na própria história do país me lembraram 1 o caso do amante no armário.Pois diz que 2 a mulher estava na cama com o amante quando ouviu o ruído do marido que chegava de São Paulo.

1 Qual é o sujeito de 'lembraram'?
2 Substitua a expressão 'diz que' por um único verbo que mantenha o mesmo sentido.

Ele tinha tomado um voo mais cedo da ponte aérea e, como se sabe 3, voos adiantados da ponte aérea são as principais causas de flagrantes de adultério no Rio.

 3  Substitua a conjunção 'como' por outra que mantenha o mesmo sentido.

— Céus, meu marido! — disse a mulher.

— O quê?!
— O armário, rápido!
— Mas...4
4 - Depois, de ter lido o texto todo e apreendido a argumentação do amante, crie uma oração que comece usando esse 'mas'. 
— Entre no armário! Entre no armário!
O amante entrou no armário segundos antes de o marido entrar no quarto. E perguntar:
Com quem você estava falando?
— Por que você chegou mais cedo?
— Eu ouvi vozes aqui dentro.
— Era a televisão.
— Nos não temos televisão no quarto.
— Não mude de assunto. Por que você chegou tão cedo? 
5 Eu acertaria se dissesse que nesse excerto predomina a função fática da linguagem, ou seja, a que testa o canal de comunicação? Justifique. 
Rever funções da linguagem na apostila do cursinho.
Mas o marido já se dirigia para o armário, que tremia 6. Abriu a porta do armário e deu de cara 6 a com o amante. Durante quase um minuto, nenhum dos dois falou. 7 Ficaram se encarando em silêncio até que o marido disse:
6 qual é o sujeito de tremia? Dê a classe gramatical que compõe esse sujeito.
6a Substitua 'deu de cara' por um único verbo.
7  Estaria correta a construção: " Nenhum dos dois falara"? É facultativa a flexão?
— Vou ter que bater em você.
— Eu entendo, mas pense bem no que vai fazer — disse o amante. — Você pode machucar suas mãos. Ou eu posso reagir e bater em você também. Aí seria uma briga feia e nós dois nos machucaríamos. Acabaríamos num hospital. E pior seria o ridículo. Amante dentro do armário. Marido descobre. Mulher grita “céus!” Uma cena de comédia pastelão de péssimo gosto. De quinta categoria. O que você me diz?
— É... — disse o marido, indeciso. 8
8 Se em vez de 'indeciso' eu escrevesse decidido que pontuação poderia substituir as reticências?
— Nós queremos isso? Não queremos. Outra coisa: você vai ter que pedir divórcio. Pense na incomodação. Nos custos. Advogados etc. E na repercussão. Vão acabar descobrindo que a separação se deu porque você foi corneado. Isso sem falar nos traumas para as duas famílias, a sua e a dela. E, pensando bem, você é o culpado por esta situação. Tinha que voltar de São Paulo mais cedo? 9
9 Passe você foi corneado para a voz passiva sintética
— O que você sugere que se faça? 10
10 Passe 'que se faça' para voz passiva analítica
— Faz de conta que isto nunca aconteceu. Eu não estou aqui. Você chegou de São Paulo mais cedo e sua mulherzinha   11o esperava na cama. Tudo em paz. Tudo normal. Estaremos evitando o ridículo e salvando um casamento. E ninguém vai ficar sabendo!
11 O sufixo 'inha'  pode denotar tamanho pequeno. Mas não é o que ocorre nesse excerto.  Explique o sentido que ele tem.
Combinaram que o amante recolheria sua roupa, seus sapatos e iria embora.
Antes de sair do quarto, o amante ainda ouviu o marido dizer:
— Brigadão, hein?

não está pronto

A rápida erosão da privacidade é uma das consequências mais evidentes do ascenso da demagogia, da massificação das sociedades contemporâneas no consumo de bens culturais, da utilização perversa de novas tecnologias para disseminar boatos e calúnias, controlar, espiar e «revelar», culminando tudo isto numa vida pública dominada pelo espectáculo e pelo sentimento, corroendo a democracia por dentro.

Proposta para a Fuvest. Progresso científico .

Creio que o exagero da atitude puramente intelectual, orientando, muitas vezes, a nossa educação, em ordem exclusiva ao real e à prática, contribuiu para pôr em perigo os valores éticos. Não penso propriamente nos perigos que o progresso técnico trouxe directamente aos homens, mas antes no excesso e confusão de considerações humanas recíprocas, assentes num pensamento essencialmente orientado pelos interesses práticos que vem embotando as relações humanas. Albert Einstein

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Um autor célebre, calculando os bens e os males da vida humana, e comparando as duas somas, achou que a última ultrapassa muito a primeira, e que tomando o conjunto, a vida era para o homem um péssimo presente. Não fiquei surpreendido com a conclusão; ele tirou todos os seus raciocínios da constituição do homem civilizado. Se subisse até ao homem natural, pode-se julgar que encontraria resultados muito diferentes; porque perceberia que o homem só tem os males que se criou para si mesmo, o que à natureza se faria justiça. Não foi fácil chegarmos a ser tão desgraçados. Quando, de um lado, consideramos o imenso trabalho dos homens, tantas ciências profundas, tantas artes inventadas, tantas forças empregadas, abismos entulhados, montanhas arrasadas, rochedos quebrados, rios tornados navegáveis, terras arroteadas, lagos cavados, pantanais dissecados, construções enormes elevadas sobre a terra, o mar coberto de navios e marinheiros, e quando, olhando do outro lado, procuramos, meditando um pouco as verdadeiras vantagens que resultaram de tudo isso para a felicidade da espécie humana, só nos podemos impressionar com a espantosa desproporção que reina entre essas coisas, e deplorar a cegueira do homem, que, para nutrir o seu orgulho louco, não sei que vã admiração de si mesmo, o faz correr ardorosamente para todas as misérias de que é susceptível e que a benfazeja natureza havia tomado cuidado em afastar dele. 
Os homens são maus, uma triste e contínua experiência dispensa a prova; entretanto, o homem é naturalmente bom, creio havê-lo demonstrado. Que será, pois, que o pode ter depravado a esse ponto, senão as mudanças sobrevindas na sua constituição, os progressos que fez e os conhecimentos que adquiriu? Que se admire quanto se queira a sociedade humana, não será menos verdade que ela conduz necessariamente os homens a se odiarem entre si à proporção do crescimento dos seus interesses, a se retribuir mutuamente serviços aparentes, e a se fazer efectivamente todos os males imagináveis. Que se pode pensar de um comércio em que a razão de cada particular lhe dita máximas directamente Não há um navio no mar cujo naufrágio não constituísse uma boa notícia para algum negociante; uma só casa que um devedor de má fé não quisesse ver queimada com todos os documentos; um só povo que não se regozijasse com os desastres dos vizinhos. É assim que tiramos vantagens do prejuízo dos nossos semelhantes, e que a perda de um faz quase sempre a prosperidade do outro. Mas, o que há de mais perigoso ainda é que as calamidades públicas são a expectativa e a esperança de uma multidão de particulares: uns querem as moléstias, outros, a mortalidade; outros, a guerra; outros, a fome.  Rousseau
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‘’Inquestionavelmente, o progresso científico e tecnológico tem gerado, a longo prazo, muitos benefícios aos países industrializados e, recentemente, para os países em desenvolvimento. A evidência mais flagrante nos países industrializados dessa ocorrência é a renda per capita ter aumentado quase dez vezes no espaço de dois séculos. Além disso, tal indicativo puramente quantitativo não dá idéia dos benefícios individuais e coletivos que acompanharam esse enorme aumento de renda: vida mais longa, menor mortalidade infantil, erradicação de certas doenças, nível de educação mais alto, meios de comunicação mais rápidos, melhores condições de vida e de trabalho, maior proteção social, maiores oportunidades de lazer etc. Onde quer que as desigualdades persistam, e embora ainda possam ser encontrados grandes (e algumas vezes crescentes) bolsões de pobreza nos paísesricos, o nível geral de progresso material é manifestamente positivo. Tudo isso é mais uma razão para se tentar melhorar a situação corrente da maioria dos países em desenvolvimento, cujas condições são tais que os benefícios do progresso científico e tecnológico não podem contribuir para o seu desenvolvimento de igual maneira, nos mesmos nível e rapidez.
Essa interpretação do progresso técnico a única objetiva decorre das cifras escolhidas pelos economistas com o propósito de calcular o crescimento do Produto Interno Bruto e da produtividade. Podem levar a conclusões irrefutáveis a respeito da qualidade e dos padrões de vida em uma abordagem econômica, o que já é resultado decisivo. Essa abordagem, porém, não vai além de fatos quantitativos sobre produção, consumo, semana de trabalho, saúde e higiene, expectativa de vida. Tão logo assumimos visão mais abrangente, o saldo do progresso revela-se mais ambíguo e torna-se um tema de reações e de convicções subjetivas. Nossos indicadores econômicos são quase incapazes de medir o custo social e os prejuízos (por exemplo, para o meio-ambiente) associados ao crescimento econômico e ao progresso técnico. Mas também são incapazes de avaliar todo o novo conhecimento e know-how técnico seguramente os produtos do progresso que têm permitido aos seres humanos estender seu conhecimento sobre a Natureza e sobre si próprios, reduzir o nível da superstição e agir mais racionalmente para atingir uma vida melhor. Certamente existem aspectos mais sombrios nessa avaliação da ciência e da tecnologia, desde corrida armamentista e existência de arsenal nuclear capaz de liquidar a humanidade, até as questões ambientais globais resultantes de um processo de industrialização que abala o futuro de toda a Terra. Ninguém pode hoje compartilhar o otimismo positivista do conceito de progresso iluminista: o caminho direto para maiores conhecimento e progresso material não leva necessariamente a caminho menos direto à felicidade e ao progresso moral’’. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40141993000100002&script=sci_arttext

Proposta
Relacione os textos e escreva uma dissertação em que você se posicione a respeito do progresso científico.
Busque direcionar a sua argumentação para a seguinte questão: terá valido a pena a saga da humanidade em direção ao progresso científico e econômico?

Observação da Rose
Não deixe de considerar as idéias de Einstein e Rosseau antes de expor a sua tese.


sábado, 27 de dezembro de 2014

Proposta para Fuvest. Tema, ambição.

Às vezes a Fuvest inventa propostas em que ela pede que você escreva seguindo um determinado padrão imposto por ela.
Este exercício segue este modelo. Minha intenção é treinar você nesse esquema.
Ó Meus Castelos de Vento
Ó meus castelos de vento
que em tal cuita me pusestes,
como me vos desfizestes!

Armei castelos erguidos,
esteve a fortuna queda,
e disse:– Gostos perdidos,
como is a dar tão grã queda!
Mas, oh! fraco entendimento!
em que parte vos pusestes
que então me não socorrestes?

Caístes-me tão asinha
caíram as esperanças;
isto não foram mudanças,
mas foram a morte minha.
Castelos sem fundamento,
quanto que me prometestes.
quanto que me falecestes! Sá de Miranda.

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Metáfora da Ambição
Vivia aquele Freixo no alto monte,
Verde e robusto: apenas o tocava
O brando vento, apenas o deixava
De abraçar pelos pés aquela fonte.

Tão soberbo despois levanta a fronte,
Como o Pavão, do bosque donde estava,
Envejoso de ver que o mar cortava
Um Pinho que nasceu dele defronte.

Ora saiu da terra e foi navio,
Lutou c'o Mar, lutou c'o vento em guerra:
- Quedas viu ser o que esperava abraços.

Ei-lo que chora em vão seu desvario.
De longe a vê, chegar deseja à terra:
Não lho consente o Mar, nem em pedaços.

Francisco Manuel de Melo, in 'Obras Métricas' 



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Ter como objetivo vital o triunfo pessoal tem consequências. Mais tarde ou mais cedo, tornamo-nos egoístas, mais concentrados em nós mesmos, insolidários. Saramago , José


A ambição é um sonho com um motor V8. Presley , Elvis


‘’O difícil não é subir, mas, ao subir, continuarmos a ser quem somos.

Como se faz isso?
Em 1963, o senhor Martin Luther King disse "I have a dream". Isso mobilizou toda uma geração, a minha. Se o aluno do colégio não tem um sonho, uma ambição, dificilmente tem uma motivação, dificilmente constrói sentido. O sentido é construído em torno de uma visão do futuro, de uma intencionalidade, chamada de mente intencional, em torno de um sentido cultural, de missão, daquilo que quer fazer vida afora. E a escola tem de fazer sentido para isso. A escola, o currículo, o professor, os estudos. Portanto, faz parte da escola ajudar a orientar a libertar. Não é dar um sonho, pois cada um tem de construir seu próprio sonho. O sentido tem de ser construído por cada aluno, na exata medida em que é capaz de formular uma ambição para si. A falta de ambição faz-nos viver no rés do chão da vida, esse labirinto em que estamos enclausurados todos os dias. É preciso ser capaz de ascender no elevador da vida, encontrar horizontes mais vastos e perceber como os estudos e a educação são essenciais à realização dos sonhos e da missão de cada um. Educador e ex-ministro português’’.



Os textos apresentados trazem reflexões sobre a ambição. Com base nisso e em tudo que achar pertinente escreva um texto para ser publicado num site para jovens.

Você pode ou valorizar a ambição e fornecer argumentos e exemplos que sustentem essa postura; ou desmerecê-la, usando também argumentação eficaz.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Proposta para a ABC. Falta de águaX problemas de saúde

Impressiona como só a dor vivida faz com que a pessoa compreenda e se solidarize melhor com o outro enfrentando qualquer drama. A tese esboçada por filósofos dominicais do bairro da Torre cai com uma luva para explicar o sério problema de retração dos mananciais de São Paulo, Minas, etc gerando alta preocupação da Midia, algo que comparativamente não se vê no trato da estiagem prolongada há séculos no Nordeste brasileiro, a não ser pela exposição caricatural de homens e mulheres morrendo de sede ao lado do gado faminto.
Antes de mais nada, é evidente que o drama paulista merece ação urgente, mais do que solidariedade já manifesta naturalmente, sobretudo diante de uma alta concentração urbana daí até, se se prolongar a estiagem, deva merecer medidas emergenciais do Governo Federal – algo presumível e indispensável em caso de gravidade da cena – porque é preciso resolver a falta de água.
O danado é que desde quando Colônia, o Brasil convive com registros de mortes e mais mortes de brasileiros moradores de um tal Semi-árido nordestino por conta da falta de água, mas até hoje governos e governos seqüenciados nunca se mostraram decididos a encarar pra valer o problema construindo soluções definitivas. Fazem ações pontuais, é verdade, mas nunca como prioridade daquelas quando se quer resolver de vez.

Seca no Nordeste: problema secular a exigir solução
O ex-senador Marcondes Gadelha, um dos maiores estudiosos brasileiros sobre o tema, costuma dizer e aqui peço permissão para repetir que, como são 3 milhões de brasileiros enfrentando a falta d´água, a miséria, nos acostumamos a não nos indignarmos e fingindo achar tudo normal. Assim o tempo passa e como não agimos fortes, nossos irmãos morrem sem solidariedade verdadeira. Mas, diz Marcondes, fossem 3 milhões de jacarés o Mundo inteiro já teria se mobilizado para encarar e resolver a questão.
Nós, mesmo, não vamos parar nem calar enquanto tempo existir. Agora, lembrando do caso do Sudeste, repito, somente com a dor batendo à porta é que nossos irmãos sudestinos passam a respeitar mais e melhor o drama dos valentes nordestinos do sertão.
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Edição do dia 16/10/2014
16/10/2014 20h37 - Atualizado em 16/10/2014 20h41

Falta de chuva provoca problemas de abastecimento nas regiões do país

Em MG, empresa responsável pela maior parte do abastecimento de água afirmou que esta é a seca mais intensa dos últimos 100 anos no sudeste.

Em Minas Gerais, a empresa responsável pela maior parte do abastecimento de água no estado afirmou que esta é a seca mais intensa dos últimos cem anos no sudeste brasileiro. E a falta de chuva também tem provocado problemas em outras regiões.
A estiagem afeta 1,3 milhão de pessoas no Piauí. Duzentos e onze municípios decretaram situação de emergência.
Em Barra do Piraí, no interior do Rio de Janeiro, o nível do Rio Paraíba do Sul está tão baixo que algas se acumulam e entopem o sistema de captação. Setenta por cento dos moradores estão num sistema de rodízio. Também foi adotado um revezamento em Angra dos Reis, no litoral do estado.
Em Rondonópolis, uma das maiores cidades de Mato Grosso, o nível do rio que abastece metade da população é o mais baixo dos últimos dez anos. Em Minas Gerais, 158 municípios decretaram situação de emergência por causa da estiagem neste ano.
Ao decretar situação de emergência, o município pode pedir auxílio aos governos estadual e federal, inclusive para linhas de crédito. Nem todos têm necessariamente problemas de abastecimento de água à população, em muitos deles foram atingidas plantações e criações de animais, por exemplo. Nas cidades com falta d'água, 90 caminhões pipa estão rodando o estado.
A Companhia Municipal de Abastecimento de Água de Formiga, no centro-oeste de Minas, adotou o racionamento. Os cinco caminhões pipa da cidade também não são suficientes.
“A gente começa a trabalhar 7h, não tem hora para parar, vai até 22h, 23h, meia noite. E não consegue atender toda a população”, conta o motorista do caminhão pipa.http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/10/falta-de-chuva-provoca-problemas-em-regioes-do-pais.html
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Uma das maiores estiagens da história, somada a problemas estruturais no sistema de abastecimento de água, atormenta moradores da maior cidade da América do Sul. Mais da metade dos moradores de São Paulo ficou sem água em casa em algum momento do último mês – e, na segunda-feira, o sistema Cantareira, que abastece a metrópole, baixou para o menor nível de sua história:está com 3,5% da capacidade de armazenamento.
Enquanto paulistanos penam guardando água em baldes e limitam o consumo ao mínimo, buscam entender o que houve. Em entrevista a Zero Hora, o doutor em planejamento urbano e professor da Universidade Federal da São Carlos (Ufscar) Marcelo Vargas relaciona os motivos que geraram a crise hídrica em São Paulo e as consequências da escassez d´água.
Quais são as causas do desabastecimento em São Paulo?
A falta de água na Grande São Paulo tem causas conjunturais e estruturais. Em termos conjunturais, o último verão, que normalmente se caracteriza como uma estação de chuvas, foi um dos mais secos e quentes da história não apenas na região da capital e seu entorno, mas também em grande parte do sudeste, especialmente em Minas Gerais e no Vale do Piracicaba, de onde vem a maior parte da água que abastece a região metropolitana, através do Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de quase metade da população da metrópole.
Essa estiagem severa permaneceu nos meses seguintes, quando há naturalmente menos chuvas na região. Com pouca chuva e maior consumo, devido ao calor, os rios e represas que abastecem o Sistema Cantareira caíram ao menor nível já registrado desde 1930.

E em termos estruturais?
A própria dependência da Grande São Paulo do sistema Cantareira revela as dimensões estruturais do problema. São Paulo é uma metrópole mal localizada: a maior parte dos seus quase 20 milhões de habitantes mora na região de cabeceiras do rio Tietê, na bacia hidrográfica do Alto Tietê, onde o rio tem menos água do que no seu curso. Assim, a disponibilidade de água per capita desta bacia é de apenas 200 m³ por ano por pessoa. 

De acordo com a ONU, uma região enfrenta uma situação de estresse hídrico quando apresenta uma disponibilidade de água anual inferior a 1.700 m³ per capita. Abaixo de 1.000 m³ por pessoa por ano já caracteriza uma situação de grave escassez. Para complicar, há 5 milhões de pessoas na bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que também dependem das águas represadas no sistema Cantareira.

Quais são as consequências para a população?
As consequências são a falta d'agua para as atividades domésticas e comerciais de muitos estabelecimentos durante horas ou mesmo dias seguidos, sobretudo nas regiões mais altas e afastadas dos centros onde se faz a reserva, o que pode gerar desconforto, problemas econômicos e de saúde.
O que poderia ter sido feito, em âmbito estadual, para que a situação não chegasse a esse ponto?
A Sabesp deveria ter investido em novos sistemas de produção de água potável que captassem água de outros mananciais regionais, para diminuir sua dependência do Sistema Cantareira, como estava previsto desde 2004, quando foi renovada a licença federal que a companhia estadual de saneamento obteve em 1974 para construir e operar o sistema, que lhe permite retirar até 31m³ por segundo da bacia do Piracicaba. Essa foi uma das condições para a renovação da licença, concedida pela Agência Nacional de Águas (ANA), cuja validade se encerrava em agosto deste ano.

Porém, com a crise provocada pela grave estiagem deste ano, as negociações para a renovação desta licença foram suspensas, e a outorga dos diretos de uso desta água (o nome técnico desta licença) obtida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em 2004 foi provisoriamente renovada por mais um ano. A Sabesp e outros órgãos estaduais fizeram diversos estudos de diferentes alternativas, mas há apenas um sistema produtor de água potável sendo construído, o Sistema São Lourenço, que capta água no Vale do Ribeira (sul de SP), cujas obras estão atrasadas e só devem ser concluídas em 2016.
Em âmbito nacional, alguma medida poderia ter diminuído o problema?
Os rios e represas que abastecem o Sistema Cantareira são águas de domínio da União, pois banham mais de um Estado, uma vez que as nascentes destes rios estão em território mineiro. Isso faz com que a Sabesp, companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo, dependa de autorização federal para captar e "exportar" estas águas para a região metropolitana da capital.

A Agência Nacional de Águas tem se articulado com os comitês de bacia hidrográfica do Alto Tietê e do Piracicaba, com a Sabesp e o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de SP (DAEE) para administrar essa crise. Mas não caberia à Agência Nacional de Águas, creio, intervir no planejamento da Sabesp e dos órgãos estaduais.
E para afastar as chances de este problema voltar, no futuro, o que deve ser feito?
Não creio que haja apenas uma linha de ação a ser tomada, mas várias. Certamente será preciso investir em novos sistemas de produção de água que busquem mananciais alternativos no vale do Paraíba, na Baixada Santista e noutras regiões vizinhas da metrópole, como preveem diversos estudos. Também é necessário interligar estes sistemas, para que haja mais flexibilidade na transposição de águas de reservatórios mais cheios para os mais vazios.

Será preciso ainda educar a população e as empresas para racionalizar o uso da água, com multas ou tarifas mais altas durante períodos de escassez, educação ambiental e uso de equipamentos mais eficientes, que evitem desperdícios. Também é preciso aumentar a eficiência operacional da Sabesp, que ainda apresenta índices elevados de perdas (cerca de 20% da água produzida se perde em vazamentos), além de investir em tecnologias de reutilização da água.http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/10/pouco-investimento-e-seca-historica-explicam-falta-d-agua-em-sao-paulo-4625762.html

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

TODO MEU AMOR PARA JÉSSICA

Foto Ana Luz. Jornalista do Pará.
Eu, a moça carente e tão perdida na vida tresloucada, implorando amor de um homem, assim, meio parecida com a bordeline da série Dupla Identidade  da Globo ( refiro-me à nossa conversa do sábado).
Chorava por ter perdido um grande amor. O que é mesmo o grande amor? Se amor é matéria de somos feitos, presentificados na vida e, transbordados para a humanidade?
 1985. Fóbica, de novo em casa,  colada à mãe e ao pai, revolvo dar aula particular em casa.Quem mandou fugir e quebrar os padrões? 
 Nem ao curso de Letras ia mais 1a, trancado no segundo ano. A agorafobia, a grande dor e salvação. Dei um breque nas loucuras para as quais não tinha alma. Careta até não poder mais!
E, em 1997, botei anúncio na balança da farmácia do Pedro. E invento a minha sacratíssima sala de aula, meu tempo, templo; caverna de Platão, luz de sangue, que eu trouxera de vivências trágicas.
Alunos do colégio Bandeirantes. Tantos orientais que deram um norte  com a disciplina dos pais. Não queria mais ser  artista: desenhista,bailarina,cantora. E desenhei a sina , espécie de dever de ensinar a nova geração. O inconsciente nos direciona se formos capazes de flutuar na vida. Isso sei fazer!
 O primeiro vestibulando de medicina passa, o segundo, o vigésimo tão tímido. A mãe dele fala de mim ao diretor do colégio que me convida a dar aula lá. Tentei  umas semanas, mas o compasso de escola me oprimia. Porque o contato com os alunos era gelado: “Sua tarefa é ensinar. Educar é com os pais'.
Abandono carteira assinada, salário seguro e alto e de volta  aos risco das aulas particulares e à casa na rua Castro Alves que tinha alugado. Pensava fazer uma escola, uma casa com biblioteca lugar pra palestras pros alunos. Mas que jeito? Não se cria escola dando aula particular! Volto a dar aula em casa, depois numa sala comercial, fui, voltei e voltei. A mesa, as duas cadeiras. Janelas.
Nem era mais agorafóbica.
 Que sentido tem esta vida, preparando moços para medicina? Sem isso de sentido, que me guio pela intuição. Quantos?  Perdera contato. Alguns nem me ligavam pra contar o sucesso. Um dia os encontrava na rua, eles, de avental branco. “Passei, Rose! Esqueci de ligar”.
Veio a rede social. Agora, em 2014 vejo que uns já têm filhos e me espanto com o tempo.
 Porque, Jéssica, volto  à gaiola a que você se referiu no texto que me escreveu. As grades da escola prendem, sim. Rubem Alves dizia. A minha gaiola me banira chances de .criação.  Aluna medíocre olha a janela enquanto os professores falam.
Na escola minúscula que inventei não acho que alguém possa  escrever mal. Porque é do tecido texto que a alma se revela. Busco clarear o texto e levá-lo à lume. Proponho um voo pras luas de dentro, olhando pra fora das grades , tangenciando o mundo, porque fugir dele é loucura. Só pros grandes artistas...
Buscava  - e busco - um modo de engendrar o espírito da aventura ( a aventura de pensar escrevendo, levando o texto à janela como se fosse uma torta de maçãs). 
E você, Jéssica, é a minha mais fiel aprendiz.  Veio por meio da Gabriela que chegou pela Vanessa, pela Ingrid - que não sei mais por intermédio de quem. Foi você quem me mandou mais alunos, falava de mim a tantos! A última mensageira sua foi a Marina , irmã do André -  que neste ano termina o curso.
Quanto às nossas aulas, fossem na rua Espírito Santo, na saleta que aluguei em 2007, quando minha família queria me expurgar; fosse na rua Safira, quando houve a reforma e o chuveiro de  piolhos de pombo.  Você preparando-se para a Unicamp e os piolhos, despencando sobre nossos braços. “ Continua, professora. O vestibular é amanhã!”. E meu medo de você ficar doente e perder a prova?
E a sua mãe me levando lanches, ela, enxergando o drama. A  Fernanda, sua amiga, a mãe dela me dando pastéis da feira?
O que posso lhe dizer mais?  Eu lhe agradeço, porque, ainda que todos sempre me escrevam e digam o quanto fui importante na vida deles – você tem sido a mais insistente. E eu agradeço. Preciso disso!
Nós, tão inseguros, nesta vida desabrigada de amor!
Um beijo pra você. Outro pra sua magnífica mãe.

1a: depois terminei o curso, tenho diploma assinado por Dom Evaristo Arnshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Evaristo_Arns



domingo, 21 de dezembro de 2014

PROPOSTA MED ABC DROGAS E CIDADANIA

VEJA OS VÍDEOS, PODE ASSISTIR A UM, DOIS, QUANTOS QUISER. 
ESCREVA UMA DISSERTAÇÃO COM TESE BEM FORTE PARA O TEMA: DROGAS E A CIDADANIA.

NÃO TENHA PREGUIÇA DE VER OS VÍDEOS. ELES VÃO AMPLIAR SEUS CONHECIMENTOS....
Qhttps://www.youtube.com/watch?v=9d1Nx6m9NII&list=UUbkAFu9VSgnV10RvOG9qwYQ

PROPOSTA PARA A MED ABC:30 anos de HIV/Aids

Escreva um texto argumentativo em que você analise os motivos de a Aids vir avançando no Brasil.

TEXTO 1
'Três décadas de epidemia do HIV/Aids e os desafios persistem mesmo com os avanços biomédicos e a contínua mobilização de movimentos de direitos humanos. Na semana em que se comemorou mais um Dia Mundial de Luta contra a Aids (01/12), dados lançados pelo Ministério da Saúde brasileiro mostram que a infecção pelo vírus aumentou mais de 50% entre a população de 15 a 24 anos nos últimos seis anos. Relatório da UNAIDS de meados deste ano já apontava o crescimento de 11% nos casos de infecção entre a população brasileira de 2005 a 2013, tendência oposta à média mundial (infecções diminuíram 13% nos últimos três anos). Esse cenário evidencia tanto os limites e fragilidades da resposta à epidemia quanto a necessidade de reflexão sobre as formas de mobilização para enfrentar a situação.
Desde os anos 1990, a produção de antirretrovirais (ARVs) tem sido crescente e figurado como ferramenta central para o enfrentamento global da epidemia. A partir de 1996, o Ministério da Saúde brasileiro passou a distribuir gratuitamente e de forma universal a medicação ARV na rede pública de saúde. No ano passado, a oferta do coquetel para todos os indivíduos diagnosticados com o vírus – independe da manifestação da doença – tornou-se regra do protocolo clínico e das diretrizes terapêuticas. A aposta biomédica contra a epidemia tem sido a tônica mundial, conforme demonstra decisão desta semana da Organização Mundial da Saúde (OMS) de expandir a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) para todos os indivíduos envolvidos em situação de risco de transmissão, e não mais apenas para aquelas pessoas vítimas de estupro ou envolvidas em acidentes ocupacionais com agulhas contaminadas. Em julho, a OMS já tinha definido novas diretrizes, recomendando a algumas populações-chave – como homens que fazem sexo com homens (HSH), trabalhadores/as do sexo e indivíduos transgêneros – a ingestão de ARV como método de prevenção, a chamada Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).
Nesse cenário, cabe interrogar-se sobre o panorama brasileiro. Por que as estratégias de prevenção não têm dado certo? Por que no Brasil a infecção entre os jovens vem crescendo em uma velocidade bem maior que da população geral? Especialistas afirmam que a expansão da epidemia, sobretudo entre os jovens, tem como motivo principal um comportamento sexual menos preocupado com a doença, por estes acreditarem que hoje ninguém mais morra de Aids, ou que se contrair o vírus é só tomar o remédio – disponível para todos no Sistema Único de Saúde (SUS) – e estará tudo bem, aspectos descritos por pesquisadores como “banalização da AIDS” e “otimismo”.
De fato, os avanços biomédicos alteraram, em alguma medida, a representação dominante do início da epidemia de que ter o vírus significava uma “sentença de morte”. No entanto, isso não explica integralmente a situação. Pelo contrário, a responsabilização pode ser um caminho que ofusca as fragilidades da rede pública de saúde, não reflete criticamente a respeito da concepção das estratégias de prevenção e ignora, por fim, as relações de opressão e marginalização baseadas em desigualdades de gênero, cor/raça, sexo, renda, entre outros marcadores sociais da diferença, que vulnerabilizam mais alguns indivíduos e grupos em comparação a outros.
A omissão e o descuido em relação às desigualdades sociais de diversas ordens que marcam a sociedade brasileira são fatores importantes para a compreensão do crescimento da epidemia no país. Também os problemas na rede pública de saúde compõem esse cenário, pois são comuns denúncias de atendimentos precários e falta de remédios em unidades de saúde em diversos Estados.
Nos últimos anos, à medida que a alternativa medicalizante tem sido priorizada pelos gestores, a perspectiva de direitos humanos tem sido enfraquecida. Isso é notável nos recuos do governo federal em campanhas recentes de prevenção destinadas a grupos vulneráveis (como HSH e travestis – e prostitutas)''.http://www.abrasco.org.br/site/2014/12/30-anos-de-hivaids-novos-e-velhos-desafios/

TEXTO 2
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texto 3