domingo, 8 de fevereiro de 2015

sábado, 31 de janeiro de 2015

Recorte temático: funk carioca& indústria cultural


Leia tudo e mais o que quiser.

Fenômenos de massa como o funk carioca podem criar novos fenômenos que promovam a participação da sociedade? Ou, servem apenas para alienar a sociedade? http://www.redepeabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=12258#sthash.KjdeTaNL.dpuf]


Por muito tempo, os antropólogos acreditaram (com argumentos muito parecidos com aqueles utilizados pela teoria apocalítica da indústria cultural) que o mundo caminha para a homogeneização definitiva. Por isso a pressa de estudar as outras culturas antes que elas desapareçam, antes que tudo fique igual para sempre. O estudo de fenômenos como o mundo funk carioca mostra que novas diferenças podem ser criadas a qualquer momento, mesmo dentro de uma realidade “controlada” pelas multinacionais . do disco e da televisão. Talvez seja a hora de deixar de lado os preconceitos e a procura da pureza perdida. Para isso, basta seguir o velho e bom conselho de Lévi-Strauss: “é preciso também estar pronto para considerar sem surpresa, sem repugnância e sem revolta o que essas novas formas sociais de expressão não poderão deixar de oferecer de inusitado” (Lévi-Strauss, 1976:328-366).
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........................................................Formado pela tradicional Escola de Frankfurt, fundada em 1923, o filósofo e sociólogo alemão Theodor Adorno vivenciou nos Estados Unidos experiências singulares que não eram possíveis na Europa, trazendolhe percepções que outorgaria a indústria cultural. Em seu livro Dialética do esclarecimento, Adorno define esse conceito de maquinismo midiático que comanda multidões, massas, enfim, que rege a sociedade e serve de alicerce para o capitalismo.
Quando migrou aos Estados Unidos, entre 1938 e 1946, foi trabalhar em um projeto na Radio Research Projet, que tinha como finalidade saber tudo sobre os ouvintes estadunidenses. Logo se tornou diretor musical do setor de pesquisa da Rádio Princeton.
Acostumado ao exigente e refinado gosto artístico europeu, que cultivava sonoridades como o compositor austríaco Alban Berg e do músico erudita Schönberg, Adorno sentiu-se deslocado e, sobretudo, causava-lhe espanto perceber que, em uma megalópole como os Estados Unidos, onde todas as pessoas buscavam histericamente meios de se tornarem únicas e singulares, os produtos fossem tão massificados, dentro de um padrão que ele (ainda) não entendia.
Em seus estudos, aprofundou-se na mídia americana e notou que ela não se voltava apenas para preencher despretensiosamente as horas de lazer aos seus espectadores, mas tinha como intenção domesticá-los. Percebera então que, mascarado em meio aos programas de TV, filmes, rádios, revistas e jornais estava uma força regida em função do lucro.
Entendera que ao chegar em casa, um indivíduo (ou uma família) tinha o seu momento de lazer controlado por uma força maior, que o bombardeava a todo o momento, por meio da mídia, com anúncios e clichês que garantiam o seu comprometimento com a produção e o consumo.
Ao compreender esse sistema, denominou-o de “indústria cultural” que, meticulosamente, condensa todos os seus consumidores a uma visão restrita de mundo, voltada às futilidades e obviedades, encorpando o ciclo vicioso em busca do lucro financeiro e o bom saldo econômico das grandes empresas e instituições.


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NOVOS MEIOS informacionais surgiram ao longo do século XX e início do século XXI, como é o caso da própria rede mundial de computadores (internet, mp3, mp4, televisão digital, etc.), bem como novas formas de produção cultural, como o avanço das técnicas musicais que utilizam aparelhos eletroeletrônicos com tecnologia avançada – o que fez que a indústria cultural ampliasse a difusão dos seus produtos e seu domínio. Assim, na sociedade atual, há uma rede de produção e difusão que busca vender seus produtos em todos os lugares do mundo, independente das particularidades regionais de cada país.
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A quantidade de notícias a que se tem acesso na sociedade capitalista atual é diversificada, como também são diversificados os veículos que levam estas informações. Esta multiplicidade de dados é, na realidade, voltada para confundir a mente de grande parte da sociedade. Afinal, os veículos não conseguem analisar a sociedade de forma coerente com a sua realidade. Ao contrário, atendem um interesse comum, que é o da classe dominante.
O que existe na realidade concreta da sociedade são diferenças sociais, políticas, econômicas e culturais, razões pelas quais cada classe social utiliza os produtos da indústria cultural de forma diferente. São vários os exemplos a serem dados na sociedade atual, a partir da própria televisão – principal veículo de comunicação integrante da chamada indústria cultural e que produz programas diversificados, porém repetitivos –, que não atingem a todas as classes sociais de forma coerente e homogênea.
Suas novelas, com receitas repetitivas, não conseguem atingir o todo da sociedade. Além das classes sociais pensarem diferente, elas também têm gostos diferentes, não sendo possível atingir toda a sociedade. Aliás, algumas classes sociais são críticas em relação à televisão, bem como seus produtos. Dieter Prokop nos oferece elementos interessantes para esta análise.
Ele aponta outro caminho em relação à indústria cultural e seus produtos, que vai além da análise proposta por Adorno e Horkheimer. A postura teórica de Prokop é a ruptura com todas as ortodoxias. Neste caso, como bem afirma Ciro Marcons Filho, em A análise do produto cultural, Prokop analisa a teoria da indústria cultural a partir de uma perspectiva materialista.
Para ele, o espectador e consumidor dos produtos da indústria cultural não são um simples receptáculo como quer a indústria cultural, mas um ser pensante e crítico em relação aos seus produtos, seja negando ou mostrando a possibilidade de consumir outros produtos, ou sendo críticos em relação à repetição imposta pela indústria cultural. Segundo o pensador, mostrar as contradições existentes na indústria cultural é um bom ponto de partida para quem quer romper com esta fábrica de fantasias, pois o consumidor pode, sim, ter autonomia na escolha dos seus produtos e se apresentar de forma crítica perante a indústria cultural.
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Ministério Público pede proibição do show de Mc Pedrinho em Fortaleza

leia aqui
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A nova moral do funk

Gênero modificou a natureza clandestina da pornografia
Marcia Tiburi
A afirmação adorniana de que após Auschwitz toda cultura é lixo não perde sua atualidade. Se, de um lado, a frase implica que a cultura não vale mais nada, de outro quer dizer que “lixo” é a melhor categoria explicativa da cultura como “aquilo que se rejeita”.
Mas vem significar também que cultura é a experiência do que sobra para os indivíduos levando em conta as condições socioeconômicas e políticas marcadas pela divisão de classes, de trabalho, de sexos, da própria educação dirigida de maneira diferente a pobres e ricos.
A partir da elevação do lixo à categoria de análise, podemos com tranquilidade ecológica (aquela que faz a separação dos descartáveis por categorias) partir para uma brevíssima investigação daquilo que se há de nomear como “moralina funk”, a performance corporal-sonora que se apresenta como o ópio do povo de nosso tempo.
Muito já se escreveu sobre o fenômeno que merece atenção filosófica urgente desde que se tornou a “cultura” que resta para uma grande camada da população de classes menos favorecidas econômica e politicamente.
Muitos afirmam que “o funk carioca também é cultura”, mas pouco comentam sobre seu sentido como capital cultural justamente porque seu único capital implica uma contradição: pobreza material e espiritual. Ou seja, capital nenhum.
Na ausência desse capital sobressai o que resta aos marginalizados. Eles descobriram o valor daquilo mesmo que lhes resta. Eis o capital sexual.
A performance da moralina funk depende desse capital sexual. Explorado, ele é a única mercadoria da consciência e do corpo coisificado. Seu paradoxo é parecer libertário quando, na verdade, é a nova moral.
Pornografia moralizante
Produto dos mais interessantes da sempre moralizante indústria cultural da pornografia, a esperteza do funk carioca é transformar em regra aquilo que foi, de modo irretocável, chamado por seus adeptos pela categoria do “proibidão”. A versão da coisa que não é para todo mundo.
A fórmula do funk é tão imbatível quanto a lei do estupro das histórias do Marquês de Sade. É o barulho como poder, ou melhor, violência. Nenhum ouvido escapa da moralina funk na forma de disfarçadas ladainhas em que as mesmas velhas “verdades” sexistas se expoem, como não poderia deixar de ser, pornograficamente.
A economia do proibidão
Mandamento sagrado da performance é que ninguém ouse imputar marasmo ao tão cultuado quanto profanado Deus Sexo.
Não existe uso da pornografia autorizado, pois a regra de sua moral é a clandestinidade. Daí a função do proibidão na economia política do funk. A história da pornografia oscila entre ser o outro lado da lei e ser apenas outra lei.
Foi isso que fez seu sucesso político em sociedades autoritárias contra o princípio publicitário que lhe deu origem. É o que está dado em sua letra: porno (prostituta) e grafia (escrita) definem, na origem, a mulher que pode ser vendida. E que, para ser vendida, precisa ser exposta.
A pornografia é, assim, uma espécie de exposição gráfica da mercadoria humana. Não é errado dizer que a lógica que transforma tudo em mercadoria tem seu cerne na “prostitutabilidade” de todas as coisas. Nada mais simples de entender em um mundo de pessoas confundidas com coisas.
Que a pornografia esteja ao alcance dos olhos, dos ouvidos, de todos os sentidos, exposta em todos os lugares, significa apenas que a regra do ocultamento foi transgredida. Mas implica também sua efetivação como publicidade universal. Isso explica por que ela não choca mais.
Na performance do funk carioca ela é altamente aceita em escala social. Seja pela pulsão, seja pela acomodação, se o imoral torna-se suportável é porque ele tomou o lugar da moral. É a nova moral.
A pornografia de nossos dias é tão bárbara quanto a romana pornocracia, com a diferença de que não temos mais nada que se possa chamar de política em um mundo comandado por regras meramente econômicas.
Daí que todo funkeiro ou seu empresário saibam que seu negócio é bom pra todo mundo.
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FUNK: O LIXO DA “CULTURA” BRASILEIRA

 
 
 
 
 
 
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Renato A. O. de Andrade
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O funk é um “ritmo musical” bastante popular no Brasil, principalmente nas favelas do Rio de Janeiro. Embora tenha surgido nos EUA, foi gradualmente se modificando dentro das periferias, misturando com outros estilos como Axé, Forró, Rap, Hip Hop, Freestyle e Miami Bass até se tornar o que temos hoje. Porém, mesmo sendo um estilo muito apreciado por jovens e adultos da era moderna, o funk se configurou como o lixo da cultura musical brasileira. A cultura brasileira nunca foi de fato uma cultura, mas uma mistura de costumes que se alinham as mudanças sociais do povo, de acordo com o lugar onde se encontra. O funk é um movimento que joga por terra qualquer definição cultural de música e acaba usando a banalização para fazer sucesso. No funk, os ritmos são repetitivos, as letras erotizadas e as danças bastante sensuais. E porque isso? Simplesmente porque reflete a vida e o local de quem canta. Que quero dizer com isso, que todos os que morram numa favela são imorais assim como as letras nos sugerem? Não, não é isso. Mas que as coisas que se cantam no funk estão enraizadas no cotidiano dessas pessoas. Embora o estilo tenha vindo dos morros, ganhou surpreendente força dentro dos centros urbanos do Brasil, sendo apreciado até mesmo por pessoas ricas. Basicamente isso ocorre por causa do arquétipo brasileiro (um homem “de bem com a vida”, que “pega” várias mulheres, que vive bebendo com os amigos e cantando sambas nos fins de semana nos bares etc. e mulheres com bumbum avantajados, “corpo violão”, pele morena etc.). Ou seja, uma população que se baseia em suprir diariamente seus prazeres. Uma sociedade estritamente hedonista e sexista. O funk se aproveita desse arquétipo e vai até mais fundo. Uma análise dos aspectos do funk se segue abaixo, para que possamos entender o porque o funk se configura como lixo da cultura brasileira.
O FUNK E A SEXUALIZAÇÃO DAS MULHERES
É sabido de todos que o funk brasileiro tem letras, danças e costumes que banalizam o sexo e promovem a desvalorização do gênero feminino. As letras chamam as mulheres de animais como “cachorra”, “potranca”, “égua”, as danças são quase sempre encenações de pornografia e os costumes que cercam o funk, como vestimentas curtas e claramente sensuais das dançarinas, as qualificações de “mulheres frutas” com conotação sexual, as constantes referências às partes íntimas do corpo feminino tem feito do funk um verdadeiro instrumento de manipulação sexual. A depravação é tal que as próprias mulheres se iludem com os embalos do funk, dançando e crendo que estão sendo valorizadas, mesmo que como objetos sexuais… Não se respeita a dignidade da mulher, não se dá verdadeiro valor às mulheres, somente as reduzem a meros objetos de satisfação sexual masculina. O que se conclui disso? Que o funk é um dos maiores promotores da promiscuidade. Só se tem aumento de gravidez na adolescência, de abortos e de doenças sexualmente transmissíveis entre os jovens porque o funk dá uma grande ajuda. Como o funk ajuda? Ora, o funk canta sexo. Sexo vende e atrai. Assim, o funk ajuda na proliferação da promiscuidade e deturpa a sexualidade. Logo, as meninas ficam tão acostumadas ao sexo explícito entoado nas letras que acabam aceitando aquilo como normal ou até mesmo trivial e os rapazes ardem de desejo ao verem as mulheres se exibirem e se banalizarem daquela forma, que daí para a cama é só um passo a mais. Resumindo: o funk dá uma idéia errada tanto da mulher quanto do sexo.
O FUNK E A VIOLÊNCIA
Algumas letras do funk exaltam as facções criminosas que agem dentro das favelas. Outras fazem referência direta ou indireta ao tráfico, à prostituição e à violência. Mas é nos bailes funk que a coisa fica de fato feia. Na maioria dos bailes dá alguma briga que podem ter vítimas fatais. Depois de beberem tanto e se exporem a violência e ao sensualismo nas letras, os participantes dos bailes funk costumam brigar entre si, que acaba desencadeando outras brigas e por fim, mortes, roubos, estupro e tráfico de drogas e armas. Assim, o funk estimula a violência e o tráfico.
O FUNK E A “CULTURA” BRASILEIRA
Como disse antes, o funk é o lixo cultural da música brasileira. E porque? Como se não bastassem as constantes referências sexualizadas da mulher e ao apoio a violência, as letras do funk não tem conteúdo algum. São letras vazias, sem nenhum tipo de criatividade, somente com repetições ridículas, erros de linguagem, alto nível de decibéis e mesmo ritmo de tom que extrapolam o bom senso. Eu diria que nem merece ser considerada música ou manifestação cultural (deveria se chamar infestação cultural). No entanto, um decreto do Governo do Rio de Janeiro em 2009 promoveu o funk a patrimônio artístico cultural carioca… E porque? Porque com o funk fica mais fácil controlar a população. Controle através do caos. E a mídia, como sempre, dando seu apoio… Até onde eu sei, nenhuma pessoa intelectual gosta de funk. Assim, o funk é um ritmo da ignorância de uma cultura que de fato não é cultura.
O FUNK E AS IGREJAS EVANGÉLICAS
Aqui chego numa parte que me causa revolta. A igreja evangélica tem aceitado diversos ritmos musicais afim de aumentar o número de fiéis. O funk não ficou de fora. Com o intuito de “louvar a Deus” tem sido feito diversas adaptações do funk e denominado “Funk Gospel”. Com os mesmos embalos, somente mudando as letras das músicas mas mantendo a mesma rima. Resultado, temos mais um lixo dentro das igrejas, já não bastassem as músicas absurdas que se cantam por lá. Colocaram funk gospel por simples razão: atrair multidões. Funk é o ritmo do momento, logo, nada melhor do que funk gospel para os crentes de rabo quente… Então, mais dízimos e ofertas… e mais pessoas no inferno… Um absurdo!
Não podemos tolerar mais esse lixo em nosso meio. O funk tem sido a devastação da população brasileira. Temos que mostrar ao povo que existem outras alternativas muito melhores de cultura e música. Mostrar que uma mulher não pode ser tratada como objeto sexual, que elas tem valor e dignidade! De lixo a sociedade brasileira está cheia! Basta!


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

ciência brasileira não é feita por cientistas, afirma professora da UFRJ

 Depois de ter lido esta matéria, você resolve escrever uma carta dissertativa a uma amiga, tentando demovê-la da ideia de se tornar cientista , aqui no Brasil. Use argumentos da professora Suzana Herculano e mais o que achar conveniente.


C&T Educação - BR
Para Suzana Herculano-Houzel, o fato de não haver regulamentação da profissão cientista atrasa o desenvolvimento tecnológico do Brasil. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos DeputadosPara Suzana Herculano-Houzel, o fato de não haver regulamentação da profissão cientista atrasa o desenvolvimento tecnológico do Brasil. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos DeputadosNos últimos anos, o Brasil vem acumulando bons resultados em rankings de produção científica. No último levantamento feito pela consultoria Thomson Reuter, entre 2007 e 2011, o País correspondeu a 2,6% da produção científica global. No entanto, esses artigos, que ultrapassam a barreira das 25 mil publicações por ano, não são feitos por cientista e sim por professores.
A avaliação foi feita pela neurocientista e professora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Suzana Herculano-Houzel. Para ela, o fato de não haver regulamentação da profissão cientista atrasa o desenvolvimento tecnológico do Brasil.
“Não posso dizer que neurocientista é minha profissão, porque a minha profissão de cientista não existe no Brasil. Não está na tabela das profissões regulamentadas pelo Ministério do Trabalho (MTE). Para poder atuar como cientista, eu atuo como professora de nível superior, eu literalmente faço ciência nas horas vagas”, expôs.
A professora explicou que a maior parte da ciência no Brasil por professores universitários ou por pessoas que não tem emprego nenhum, jovens cientistas chamados estudantes de pós-graduação. “A produção científica cresce ao longo dos anos por causa do número de mestres e doutores que são formados no Brasil. São esses jovens que produzem o conhecimento cientifico”, disse.
Para ela, o trabalho que os jovens exercem não é chamado de trabalho e sim estudo. “É como se eles investissem na educação deles. Outros países já não cometem mais esse erro.  O erro é não reconhecer esse trabalho como qualquer outro”, lamentou. “É um esforço laboral que gera um produto científico. Por que o jovem cientista recém graduado precisa passar pela humilhação de continuar sendo estudante?”.
Baixa remuneração
Suzana Herculano-Houzel contou que durante uma graduação o jovem já faz ciência como aprendiz, ou seja, um estagiário durante a iniciação cientifica, ganhando uma bolsa que tem o valor menor que o salário mínimo muitas vezes. Para trabalhar com ciência, quando ele se forma tem que entrar para pós-graduação.  “Isso significa se sujeitar a uma bolsa de mestrado  de R$ 1,5 mil reais mensais fixos pelos próximos dois anos sem qualquer direito trabalhista ou qualquer outro trabalho para complementar a renda”, observou .
A professora criticou ainda a obrigatoriedade em assinar uma declaração de que não vínculo empregatício do pesquisador com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e/ou com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “É preciso passar por mais uma humilhação: o atestado de pobreza. Enquanto isso seus colegas recém formados em engenharia e direito, por exemplo, já têm trabalho de verdade, ganhando de verdade”.
Para o jovem continuar trabalhando como cientista, ele precisa ingressar num programa de doutorado. “É a única atividade de emprego se ele quiser atuar como cientista. A bolsa também tem valor mensal de R$ 2,2 mil, sem nenhum vínculo empregatício e benefícios trabalhistas”, comentou.
Sugestões
De acordo com Suzana, é possível fazer contratações por fundações e institutos  de ciências ligados as universidades,  que poderiam receber dos governos os valores que hoje são pagos como bolsa, com contrato de trabalho e todos os direitos empregatícios. “Com a obrigatoriedade de contratação virá a possibilidade de salários com valores competitivos”, decsreveu.
Para ela, dessa forma, a ciência caminha e a sociedade cresce. “É fundamental para a soberania de uma população que ela valorize  a produção de conhecimento cientifico. Isso começa por valorizar seus cientista. Fazer ciência no Brasil hoje,  infelizmente, é uma péssima decisão profissional com pouquíssimas perspectivas”, finalizou.

vÍDEO.A história mundial da violência

http://globosatplay.globo.com/globonews/v/3572698/

ABC. COMO COMBATER O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS. VÍDEO.

VEJA ISTO


http://globosatplay.globo.com/globonews/v/3629650/