sexta-feira, 10 de outubro de 2014

PROPOSTA DE REDAÇÃO: QUAL O SENTIDO DA GUERRA

http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/07/17/entenda-o-conflito-envolvendo-ucrania-e-russia.htm

TEXTO 1
“Os animais lutam, mas não fazem guerra. O homem é o único primata que planeja o extermínio dentro de sua própria espécie e o executa em grandes dimensões. A guerra é uma de suas invenções mais importantes: a capacidade de estabelecer acordos de paz é uma conquista posterior. As mais antigas tradições da humanidade, seus mitos e lendas heroicas, falam sobretudo da morte e do ato de matar.
(ENZENSBERGER. Hans Magnus, Guerra Civil. São Paulo, Companhia das Letras, 1995)

TEXTO2
[...] a guerra não consiste apenas na batalha, ou no ato de lutar, mas num lapso de tempo durante o qual o desejo de rivalizar através de batalhas é suficientemente conhecido.[...]”
(HOBBES, Thomas. Leviatã. Coleção Os pensadores. São Paulo, Abril Cultural, 1979)

TEXTO 3
"Esperávamos que as grandes nações de raça branca, dominadoras do mundo, às quais cabe a liderança da espécie humana, que sabíamos possuírem como preocupação interesses de âmbito mundial, a cujos poderes criadores se deviam não só nossos progressos técnicos no sentido do controle da natureza, como também os padrões artísticos e científicos da civilização — esperávamos que esses povos conseguissem descobrir outra maneira de solucionar incompreensões e conflitos de interesse. (...) Poder-se-ia supor [que eles] adquiriram tanta compreensão do que possuíam em comum, e tanta tolerância quanto a suas divergências, que 'estrangeiro' e 'inimigo' já não podiam fundir-se, tal como na Antiguidade clássica, num conceito único." (FREUD, 1988, p.128-129)


TEXTO 4


A geopolítica não considera direitos
Mello
por Silvio Caccia Bava
O que estamos aprendendo nos dias de hoje é que os Estados não se movem pela defesa dos direitos humanos. Eles obedecem à lógica do acúmulo e manutenção do poder. Aprendemos também que as guerras chamadas humanitárias têm muito pouco de humanitárias.
Sempre é possível comparar situações semelhantes em contextos diferentes: no caso da Líbia, por exemplo, as forças da Otan, Estados Unidos à frente, se posicionaram em apoio à revolução. Aí estava em jogo garantir um futuro governo alinhado com os interesses ocidentais, garantindo o indispensável fluxo do petróleo para irrigar suas economias. No caso do Bahrein, algo muito emblemático, as forças da Liga Árabe que ocuparam o país, sob orientação dos EUA, se posicionaram contra a revolução e em apoio ao governo ditatorial, mas para quê? De novo, para garantir o indispensável fluxo do petróleo da região para irrigar suas economias. E para isso é indispensável garantir também sua posição de força na região. Dois pesos, duas medidas.
A revolta no Bahrein começou em 14 de fevereiro de 2011. O regime entrou em pânico e nem o gesto do emir de libertar 450 presos políticos e oferecer um bônus de R$ 2.600 para cada família adiantou. O Estado então desencadeia um ataque violento e instala o terror para impedir que o movimento de protesto cresça e ameace o regime. Com o aumento dos protestos a polícia ataca a ocupação da Praça da Pérola, causando centenas de feridos e dezenas de mortos. O governo impõe o estado de
emergência utilizando armamento pesado, tanques e blindados. Os militares do Bahrein assumem o controle da maior parte da capital depois que centenas de policiais fortemente armados dispararam contra a população desarmada.
É o medo da revolução árabe, que chega com força aos países do Golfo, região que concentra as maiores reservas de petróleo do mundo.
Para enfrentar as manifestações populares, a Liga Árabe – Arábia Saudita, Kuwait, Omã, Qatar e os Emirados Árabes – envia um forte contingente militar, agentes de segurança e blindados para apoiar o regime ameaçado.
E o governo do Bahrein, com apoio dos EUA e dos países da Liga Árabe, desencadeia então uma violenta repressão contra os manifestantes na capital da nação, com tanques e helicópteros, matando pelo menos duas pessoas e ferindo centenas.
Não podemos terminar sem mencionar que o Bahrein abriga a 5ª Frota dos Estados Unidos, com 6 mil militares, numa posição de frente ao Irã e próximo à Arábia Saudita, maior produtora de petróleo do mundo. Essa frota, armada de porta-aviões, destroieres e submarinos, tem um raio de ação que vai do Egito, à Rússia e à China. Em nome dos direitos humanos garante que a região ofereça o indispensável fluxo do petróleo

Silvio Caccia Bava
Diretor e editor-chefe do Le Monde Diplomatique Brasil
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o que causa as guerras - de acordo com a ciência

De acordo com cientistas, o apetite sexual masculino é a causa as guerras; ao menos a maioria dos conflitos humanos, dos “hooligans” do futebol até as disputas religiosas.
O instinto “guerreiro” masculino significa que os homens estão programados para serem agressivos contra qualquer um que pareça ser estranho.
Em termos evolucionários, a violência ajudou alguns de nossos antepassados a aumentar seus status e ganhos materiais, mas em termos modernos, esse tipo de comportamento pode levar a conflitos de grande escala.
Em contraste, os pesquisadores afirmam que as mulheres têm uma tendência natural a “compreender e apoiar”, o que implica em tentativas de resolver conflitos de maneira pacífica, para proteger as crianças.
O novo estudo é uma revisão para a hipótese do “homem guerreiro”. Ele tenta mostrar que em todas as culturas, ao longo da história, os homens tiveram mais tendência a usar a violência do que as mulheres.
A atitude “tribal” dos homens teria como finalidade última o aumento das chances de se reproduzir, similar ao comportamento territorial dos chimpanzés.
O novo estudo também examinou evidências que sugerem que o sexo masculino tem um senso maior de identidade de grupo do que o feminino, desenvolvendo laços mais fortes quando confrontados.
Os especialistas dizem que esse tipo de comportamento, contra pessoas de fora, foi importante no passado, “mas pode não ser funcional nos tempos modernos, e até contraprodutivo”.
Algumas vezes, isso resultou em guerras gigantes entre países e impérios, chegando até as lutas constantes entre gangues urbanas e torcedores de futebol.
Mark van Vugt, que liderou o estudo, comenta: “A solução para os conflitos, que são um problema comum em todas as sociedades modernas, continua indefinida. Uma das razões para isso talvez seja a dificuldade em mudar a nossa maneira de pensar, que vem se desenvolvendo por milênios”.
A revisão sugere que a mente humana é formatada de um modo que tende perpetuamente para o conflito contra os ‘diferentes’. “Nós vemos um comportamento similar nos chimpanzés. Por exemplo, os machos ficam monitorando continuamente as fronteiras de seus territórios”, explica. “Se uma fêmea de outro grupo chega perto, ela pode ser persuadida para migrar. Mas se um macho passa muito os limites, ele pode ser brutalmente machucado e até morto”, adiciona.
Uma pesquisa de 2008 mostrou que a evolução da agressividade nos homens é derivada da luta por parceiras e territórios. O estudo mostrou que nossos genes podem ter um impacto significativo em traços como a agressividade, o que significa que no curso de nossa história, os grupos mais agressivos acabaram “selecionados naturalmente”. Por conquistarem mais mulheres e deixarem mais descendentes como sinal de vitória, seus traços genéticos foram passados para frente.[Telegraph]

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