terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Consulta médica a distância ( BOM PARA A MED ABC)

Consulta médica a distância é realidade polêmica

DUDA SALVATO
da Folha de S.Paulo

Alguns sites internacionais estão tentando resolver o problema de quem acorda passando mal e não tem condições de procurar um médico. Esse é um dos itens mais polêmicos que a união da medicina à internet discute, principalmente pelo risco e a utilização indevida do meio para fins de tratamento.

O site português www.mni.pt/sam (grátis durante três meses e custo de 5 por ano) oferece consultas on-line com um ou mais médicos, distribuídos por especialidade. Porém o termo de responsabilidade existente deixa claro que o atendimento não deve ser encarado como substituto de uma visita médica tradicional.

O procedimento de consulta virtual pelo doente é, na maioria dos sites médicos, muito simples: digita-se um nome (que não necessita ser o verdadeiro), por vezes o endereço de e-mail e relata-se a queixa.

Tirando vantagem da onda de medo causada pelos ataques de 11 de setembro, o www.online-ambulance.com informa o internauta sobre como se proteger e se cuidar de acidentes químicos e biológicos. O acesso aos ensinamentos, contudo, custa US$ 11 por uma resposta em cinco dias ou US$ 19 para consulta em 48 horas. O site também promete fazer consultas por ICQ ou Messenger. O valor da rapidez é de US$ 38.

Já o australiano Doctor-on-line (www.doctor-on-line.com.au) atende pacientes registrados em seu próprio plano de saúde.

O Doctor On-line (members.rediff.com/doctoronline) é ainda mais ousado e oferece um check-up completo pela internet. Vários órgãos como coração, pulmão e sistema urinário podem ser "checados", porém a análise são perguntas superficiais, que quase sempre indicam como resposta que o melhor caminho a ser seguido pelo internauta é procurar um médico "de verdade".

No North East Valley Division (www.nevdgp.org.au/index/indxframes.htm), podem ser obtidas informações sobre qualquer doença existente; há ainda descrição de sintomas, diagnósticos e tratamentos para quase todas as moléstias.

Já no www.liposuction.com, a especialidade é a lipoescultura. O site é bastante completo e apresenta informações sobre essa técnica cirúrgica. São mais de cem itens que incluem a descrição da cirurgia, procedimentos básicos, fotos e vídeos. Um dos pontos que chamam a atenção no site é a consulta à longa distância (www.liposuction.com/how_long_distance). A página lista uma série de procedimentos que devem ser realizados pelo paciente e depois enviados ao médico. Com a consulta, o site também fornece a forma de pagamento e o local de estadia, caso o paciente esteja em outra cidade e necessite de intervenção médica.

Além disso, para quem procura um médico "de verdade", a internet pode ser usada como uma ferramenta eficiente. O site da American Medical Association (www.ama-assn.org/aps/amahg) traz uma lista de mais de 690 mil médicos atuantes nos Estados Unidos. A busca é extremamente eficiente: há mais de 30 especialidades. Basta fornecer o Estado, a cidade e o CEP para ver uma lista com os médicos mais próximos da casa do cidadão.

O site oferece uma relação de médicos ordenados alfabeticamente, com suas páginas particulares. No entanto cuidado é o melhor a fazer antes de consultar a web para fins médicos. Garanta a sua saúde e não confie somente no que os portais fazem por você.

Confira dicas e recomendações

Ao vivo - Nenhuma consulta on-line descarta uma visita pessoal ao médico, pois só uma avaliação meticulosa poderá diagnosticar algum mal;

Biblioteca - Sites de medicina on-line são excelentes para esclarecer dúvidas conceituais, como o que causa uma doença;

Intuição - Médico não é adivinho. Um sintoma qualquer pode ser de um simples resfriado a uma doença grave. Só um especialista pode identificar a doença por uma consulta "ao vivo";

Prescrição - Jamais tome nenhum medicamento prescrito por páginas de medicina on-line. O que pode ser a solução para um pode matar outro;

Prevenção - Não peça informações ao médico virtual sobre remédios. Ele não tem capacidade de saber, à longa distância, se o medicamento é o mais indicado;

Credibilidade - Os sites de sociedades médicas tendem a ser mais confiáveis do que páginas pessoais

CFM - Informe-se no Conselho Federal de Medicina -www.cfm. org.br- se o médico que fornece consulta virtual possui registro;

Especialidade - Em páginas especializadas em alguma área, procure referências do médico no site da associação, por exemplo, em www.reumatologia.com.br, para doenças reumáticas. Porém nem sempre o registro profissional significa que o site é ou não confiável. FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO

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Quem nunca foi tentado a acessar a internet e procurar nos sites de busca a cura, sintomas ou causas de doenças? O pavor que toma conta das pessoas quando são diagnosticadas com alguma enfermidade, ou até mesmo, uma pequena manchinha que aparece na mão direita, são motivos suficientes para uma missão do Dr. Online, ou podemos chamar de Dr. Google, para sermos mais específicos.
A consulta médica na internet está disponível 24 horas por dia, 7 dias da semana, e não precisa marcar horário, além de não cobrar visita. Mas essa nova mania mundial pode estar causando um grande problema para aqueles que recorrem a essa “consultinha virtual”. O auto medicamento e a má informação podem gerar o efeito contrário e até piorar a condição de saúde da pessoa. Uma matéria da revista brasileira Nova classificou essas pessoas
como “cibercondríacas”, uma comparação ao termo hipocondríaco, pessoas que são viciadas em remédios.
Qualquer doença procurada no Google, terá diversos significados e explicações “científicas”. Uma dor de cabeça pode ser proveniente do stress, vista cansada, enxaqueca e por aí vai, até o extremo, como
por exemplo, o paciente internauta ler que a sua dor de cabeça pode ser um tumor cerebral.
Isso já é motivo de sobra para a dor de cabeça aumentar e ele entrar em pânico. É o que se chama da era da informação fácil. A internet é usada para milhares de coisas, e uma delas é o auto diagnóstico dos problemas de saúde.
A variedade de sites dedicados a esse assunto é infinita. Segundo uma pesquisa desenvolvida pela estudiosa Wilma Madeira, da USP, esse é um dos temas mais procurados na internet. De acordo com a pesquisa, 83% dos 116 participantes (52% eram mulheres entre 18 e 60 anos) procuram informações médicas e 85% voltam a fazer pesquisas online depois de visitar o doutor. Segundo Wilma, não é que os pacientes duvidem dos médicos. Mas as consultas estão cada vez mais rápidas e alguns têm vergonha de perguntar até esclarecer todas as dúvidas. Dessa forma, recorrem à internet.
Muitos especialistas acreditam que a busca por diagnósticos pela internet possa levar ao autodiagnóstico e à automedicação. E muitas vezes, fazer o paciente entrar em pânico, sem motivo. Mas, assim como existem os sites que não são lá muito confiáveis, existem também muitos sites de saúde oficiais e de médicos renomados do mundo inteiro. O importante é que o internauta saiba onde procurar sites de saúde oficiais, como os do governo ou indicados pelos médicos especialistas.
A demanda da sociedade por informações, orientações e mesmo consultas
virtuais pela internet, já existe e necessita da análise cuidadosa de seus riscos e benefícios por parte dos próprios médicos e especialistas.
Veja alguns sites que a revista Nova classificou como confiáveis na área médica:
• www.saude.gov.br: O site do Ministério da Saúde fornece orientação sobre vários males.
• www.sbce.med.br: Alimentado pela Sociedade Brasileira de Cefaleia, esclarece mitos e verdades sobre o mal e indica médicos.
• www.drpastore.com.br: Tem artigos de saúde do cardiologista do Incor Carlos Alberto Pastore.
• www.inca.gov.br: O Instituto Nacional de Câncer, órgão do Ministério da Saúde, apresenta táticas de prevenção e detecção de vários tipos da doença.
• www.fiocruz.br: A página da Fundação Oswaldo Cruz, vinculada ao Ministério da Saúde, tem glossário de doenças e entrevistas com médicos de várias áreas.
• www.drauziovarella.ig.com.br: Contém artigos do médico oncologista e entrevistas com outros experts, além de dados sobre doenças, gravidez, qualidade de vida.
Palavra de um “cibercondríaco”
A estudante de psicologia M. Nogueira se considera viciada em ler “bulas de
remédio” online e admite que tudo que sente, seja uma coceira, uma dor de estômago, ou uma nova mancha na pele, recorre primeiro aos sites de busca e saúde do que propriamente a um médico. “Já cansei de sentir uma dor estranha e colocar no ‘Google’ descrições, muitas vezes, erradas dos sintomas que acreditava ter naquele momento. Aí as respostas são inúmeras, com diagnósticos diferentes para um mesmo sintoma. Fico nervosa ao ler os resultados graves, e acabo piorando”, afirma Nogueira. Casos como o da estudante são cada vez mais comuns na sociedade atual, e essas pessoas
precisam ser alertadas sobre os perigos em consultar a internet quando se trata de saúde.Mas como tudo tem seu lado positivo, os sites de saúde na internet também informam e ajudam muitas pessoas a entenderem melhor diversas situações, como mães de primeira viagem, que tem dúvidas diárias sobre o bebê. Além, é claro, da facilidade e rapidez com que uma pessoa pode compreender melhor alguma doença ou tratamento que esteja fazendo parte da sua vida. O mais importante, em qualquer situação, é, em primeiro lugar, consultar o médico, tirar todas as dúvidas no consultório e porque nao, pedir ao seu médico uma lista de sites referenciais e confiáveis para o seu problema.
Palavra de especialista
A ginecologista e clínica geral brasileira, Dra. Henriete Faillace, acredita que a diversidade dos sites de saúde tem dois aspectos opostos. “Por um lado, os sites são importantes na educação em geral, mas, por outro, a facilidade com que as pessoas obtêm informações de todos os tipos, como tratamentos e diagnósticos dos mais variados, é um aspecto negativo”. A doutora diz que costuma recomendar sites especializados confiáveis aos seus pacientes e que, nos dias de hoje, muitos dos seus pacientes questionam assuntos médicos encontrados em sites de saúde.
Para os internautas que costumam visitar esses sites, Dra. Henriete aconselha “procurar sites que ofereçam informação de maneira mais responsável e atualizada e não se basear só nos sites”, concluiu a doutora.
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CONSULTAS MÉDICAS E ORIENTAÇÕES EM SAÚDE
A informação médica via Internet pode complementar, mas nunca substituir a relação pessoal entre o paciente e o médico. A Internet pode ser uma ferramenta útil, veiculando informações e orientações de saúde genéricas, de caráter educativo, abordando a prevenção de doenças, promoção de hábitos saudáveis, bem-estar, cuidados pessoais, nutrição, higiene, qualidade de vida, serviços, utilidade pública e solução de problemas de saúde coletiva.
Pelas suas limitações, não deve ser intrumento para consultas médicas, diagnóstico clínico, prescrição de medicamentos ou tratamento de doenças e problemas de saúde. A consulta pressupõe diálogo, avaliação do estado físico e mental paciente, sendo necessário aconselhamento pessoal antes e depois qualquer exame ou procedimento médico.
0 Código de Ética Médica vigente, promulgado em 1988, disciplina que é vedado ao médico:
Artigo 62 - Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente cessado o impedimento e Artigo 134 - Dar consulta, diagnóstico ou prescrição por intermédio de qualquer veículo de comunicação de massa.
O site deve detalhar e advertir sobre as limitações de cada intervenção ou interação médica on-line. O profissional envolvido deve estar habilitados para exercício da medicina , registrado no CRM e sujeito à fiscalização. Os usuários devem ser orientados a procurar uma avaliação pessoal em seguida com médico de sua confiança.
As clínicas, hospitais e consultórios podem usar a Internet para agendamento e marcação de consultas via e-mail.
Já a realização de consultas on-line por indivíduo não médico caracteriza exercício ilegal da medicina e charlatanismo, cabendo denúncia e punição pelo poder Judiciário.
2) VENDA DE MEDICAMENTOS, PRODUTOS E SERVIÇOS DE SAÚDE ON-LINE
Os produtos de saúde incluem medicamentos, equipamentos médicos , bens e insumos usados para o diagnóstico, tratamento das enfermidades e lesões ou para a prevenção, manutenção e recuperação da saúde.
Não é aconselhável a utilização de serviços de sites que vendem esses produtos (as "farmácias virtuais") e entregam a domicílio. Alguns chegam a comercializar produtos controlados, que necessitam de prescrição médica. Além disso, incentivam a auto-medicação irresponsável, através da informação parcial, muitas vezes prevalecendo interesse econômico que movimenta esses sites.
No caso das farmácias, não há regulamentação específica para funcionamento desses sites, que deveriam seguir as mesmas regras das drogarias convencionais, que necessitam de farmacêutico responsável, registro no Conselho Regional de Farmácia e alvará de funcionamento emitido pela Vigilância Sanitária.
A prescrição e venda de medicamentos pela Internet, sem exame clínico do paciente realizado por profissional habilitado deve ser denunciada ao Conselho Regional de Farmácia e à Vigilância Sanitária .
A oferta de serviços via Internet, como a venda de planos de saúde, deve receber especial atenção dos usuários, que não devem fechar contratos antes de pesquisa de mercado e contato pessoal com representante da empresa.
3) SIMULAÇÕES DE PROCEDIMENTOS 
A simulação de procedimentos médicos pela Internet não é recomendável. É o caso, por exemplo, da simulação de possíveis efeitos de uma cirurgia plástica ( Ex.: como vai ficar o nariz ou queixo após a operação etc). Isso pode criar falsas expectativas e ilusões, causando insatisfação futura no paciente, caracterizando falta ética a promessa de resultados que não há certeza de que serão cumpridos em função da resposta individual de cada organismo à terapêutica utilizada.
O recurso de simulação de caso, quando utilizado, deve esclarecer sua finalidade e limitações. Por exemplo: questionários para verificar se o usuário está potencialmente exposto ao risco de adquirir determinada patologia de potencialidade de patologias como diabetes, câncer, obesidade. Deve ser acompanhado de avaliação médica pessoal.
4) TRANSMISSÃO DE IMAGENS
Também é considerado procedimento antiético a transmissão de cirurgias, em tempo real ou não, em sites dirigidos ao público leigo, com a intenção de promover o sensacionalismo e aumentar a audiência.
A exposição pública de pacientes, através de fotos e imagens, é considerada antiética pelo Cremesp. Conforme o Código de Ética Médica (Art. 104) é vedado ao médico "fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos".
A exceção vale para o uso da Intemet em telemedicina, voltada à atualização e reciclagem profissional do médico, a exemplo das videoconferências, educação e monitoramento a distância. Nestes casos, devem existir mecanismos ( senhas e outros dispositivos) que impeçam o acesso do público leigo às imagens ou informações, que só podem identificar o paciente mediante consentimento esclarecido do mesmo para este fim.
5) ENVIO DE EXAMES E PRONTUÁRIOS MÉDICOS 
Procedimento cada vez mais comum é o envio de resultado de exames diagnósticos (radiografias, exames de sangue, de urina e outros) pela Internet. Para evitar a quebra de sigilo e de privacidade , quem envia as informações deve tomar precauções técnicas adicionais, como o uso de criptografia ou de servidores especiais que barram a entrada de quem não está autorizado. 
0 paciente que recebe o exame por e-mail deve estar atento para que ninguém, além do seu médico, tenha acesso à correspondência. O exame deve ser interpretado somente na presença do médico.
Da mesma forma, os prontuários eletrônicos, que armazenam dados sobre os pacientes em clínicas, hospitais e laboratórios de análises clínicas devem estar protegidos contra eventuais quebras de sigilo.http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Publicacoes&acao=detalhes_capitulos&cod_capitulo=27
AQUI UM TEXTO MUITO BOM DA UNIFESP. VALE A PENA ACESSÁ-LO.
http://www2.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/especial05.htm

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