terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Proposta para a Fuvest. Indústria cultural.

Pensar a indústria cultural em uma sociedade marcada pelo consumo cada vez maior dos diversos produtos culturais possibilita-nos refletir e tentar encontrar alternativas de romper com todo o seu formalismo e suas formas simples, com as quais atingem seus consumidores. É preciso ter uma perspectiva crítica com relação ao tema. Reflita.
Escreva um texto no qual você procure responder, ( Ver coletânea atentamente, se fizer isso terá condição de escrever. Este é um tema importante. Perceba que o funk é só um pretexto.O que se pretende mesmo é que se avaliem as ideias da Escola de Frankfurt que abominavam a indústria da cultura e a sociedade de massas. Reflita se esse ideário ainda tem razão de ser. Mas apresente-os resumidamente no começo do texto para depois analisá-lo) ao sequinte:

Fenômenos de massa como o funk carioca podem criar novos fenômenos que promovam a fragmentação e a participação da sociedade? Ou fenômenos como esse servem apenas para alienar a sociedade? A indústria cultural é sempre alienante?http://www.redepeabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=12258#sthash.KjdeTaNL.dpuf]


Por muito tempo, os antropólogos acreditaram (com argumentos muito parecidos com aqueles utilizados pela teoria apocalítica da indústria cultural) que o mundo caminha para a homogeneização definitiva. Por isso a pressa de estudar as outras culturas antes que elas desapareçam, antes que tudo fique igual para sempre. O estudo de fenômenos como o mundo funk carioca mostra que novas diferenças podem ser criadas a qualquer momento, mesmo dentro de uma realidade “controlada” pelas multinacionais . do disco e da televisão. Talvez seja a hora de deixar de lado os preconceitos e a procura da pureza perdida. Para isso, basta seguir o velho e bom conselho de Lévi-Strauss: “é preciso também estar pronto para considerar sem surpresa, sem repugnância e sem revolta o que essas novas formas sociais de expressão não poderão deixar de oferecer de inusitado” (Lévi-Strauss, 1976:328-366).
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........................................................Formado pela tradicional Escola de Frankfurt, fundada em 1923, o filósofo e sociólogo alemão Theodor Adorno vivenciou nos Estados Unidos experiências singulares que não eram possíveis na Europa, trazendolhe percepções que outorgaria a indústria cultural. Em seu livro Dialética do esclarecimento, Adorno define esse conceito de maquinismo midiático que comanda multidões, massas, enfim, que rege a sociedade e serve de alicerce para o capitalismo.
Quando migrou aos Estados Unidos, entre 1938 e 1946, foi trabalhar em um projeto na Radio Research Projet, que tinha como finalidade saber tudo sobre os ouvintes estadunidenses. Logo se tornou diretor musical do setor de pesquisa da Rádio Princeton.
Acostumado ao exigente e refinado gosto artístico europeu, que cultivava sonoridades como o compositor austríaco Alban Berg e do músico erudita Schönberg, Adorno sentiu-se deslocado e, sobretudo, causava-lhe espanto perceber que, em uma megalópole como os Estados Unidos, onde todas as pessoas buscavam histericamente meios de se tornarem únicas e singulares, os produtos fossem tão massificados, dentro de um padrão que ele (ainda) não entendia.
Em seus estudos, aprofundou-se na mídia americana e notou que ela não se voltava apenas para preencher despretensiosamente as horas de lazer aos seus espectadores, mas tinha como intenção domesticá-los. Percebera então que, mascarado em meio aos programas de TV, filmes, rádios, revistas e jornais estava uma força regida em função do lucro.
Entendera que ao chegar em casa, um indivíduo (ou uma família) tinha o seu momento de lazer controlado por uma força maior, que o bombardeava a todo o momento, por meio da mídia, com anúncios e clichês que garantiam o seu comprometimento com a produção e o consumo.
Ao compreender esse sistema, denominou-o de “indústria cultural” que, meticulosamente, condensa todos os seus consumidores a uma visão restrita de mundo, voltada às futilidades e obviedades, encorpando o ciclo vicioso em busca do lucro financeiro e o bom saldo econômico das grandes empresas e instituições.




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NOVOS MEIOS informacionais surgiram ao longo do século XX e início do século XXI, como é o caso da própria rede mundial de computadores (internet, mp3, mp4, televisão digital, etc.), bem como novas formas de produção cultural, como o avanço das técnicas musicais que utilizam aparelhos eletroeletrônicos com tecnologia avançada – o que fez que a indústria cultural ampliasse a difusão dos seus produtos e seu domínio. Assim, na sociedade atual, há uma rede de produção e difusão que busca vender seus produtos em todos os lugares do mundo, independente das particularidades regionais de cada país.
(...)
A quantidade de notícias a que se tem acesso na sociedade capitalista atual é diversificada, como também são diversificados os veículos que levam estas informações. Esta multiplicidade de dados é, na realidade, voltada para confundir a mente de grande parte da sociedade. Afinal, os veículos não conseguem analisar a sociedade de forma coerente com a sua realidade. Ao contrário, atendem um interesse comum, que é o da classe dominante.
O que existe na realidade concreta da sociedade são diferenças sociais, políticas, econômicas e culturais, razões pelas quais cada classe social utiliza os produtos da indústria cultural de forma diferente. São vários os exemplos a serem dados na sociedade atual, a partir da própria televisão – principal veículo de comunicação integrante da chamada indústria cultural e que produz programas diversificados, porém repetitivos –, que não atingem a todas as classes sociais de forma coerente e homogênea.
Suas novelas, com receitas repetitivas, não conseguem atingir o todo da sociedade. Além das classes sociais pensarem diferente, elas também têm gostos diferentes, não sendo possível atingir toda a sociedade. Aliás, algumas classes sociais são críticas em relação à televisão, bem como seus produtos. Dieter Prokop nos oferece elementos interessantes para esta análise.
Ele aponta outro caminho em relação à indústria cultural e seus produtos, que vai além da análise proposta por Adorno e Horkheimer. A postura teórica de Prokop é a ruptura com todas as ortodoxias. Neste caso, como bem afirma Ciro Marcons Filho, em A análise do produto cultural, Prokop analisa a teoria da indústria cultural a partir de uma perspectiva materialista.
Para ele, o espectador e consumidor dos produtos da indústria cultural não são um simples receptáculo como quer a indústria cultural, mas um ser pensante e crítico em relação aos seus produtos, seja negando ou mostrando a possibilidade de consumir outros produtos, ou sendo críticos em relação à repetição imposta pela indústria cultural. Segundo o pensador, mostrar as contradições existentes na indústria cultural é um bom ponto de partida para quem quer romper com esta fábrica de fantasias, pois o consumidor pode, sim, ter autonomia na escolha dos seus produtos e se apresentar de forma crítica perante a indústria cultural.

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