TEXTO 1
a paz mundial deteriorou-se progressivamente ao longo dos últimos sete anos, com guerras, ataques de militantes e crimes revertendo avanços de seis décadas anteriores de melhoria gradual, segundo um relatório sobre a segurança mundial divulgado nesta quarta-feira (18).
Conflitos no Iraque, Síria, Afeganistão, Sudão e República Centro-Africana ajudaram a puxar para baixo o anual Índice Global da Paz, de acordo com pesquisa do Instituto para Economia e a Paz (IEP), com sede na Austrália.
Um número cada vez maior de pessoas morreu em ataques de militantes em todo o Oriente Médio, sul da Ásia e África, enquanto as taxas de homicídio subiram em centros urbanos em crescimento no mundo emergente. Também um número maior de pessoas se tornaram refugiadas ao escapar de conflitos, conforme informações da agência Reuters.
O Brasil, que aparecia em 81º no relatório de 2013, ficou em 91º na edição apresentada nesta quarta. Com isso, fica atrás de países como Togo, Gabão, Bolívia e Paraguai. Por outro lado, situa-se à frente de nações como Estados Unidos e China.
Os índices de criminalidade e de conflito nas regiões mais desenvolvidas, especialmente na Europa, caíram de modo geral, segundo o relatório.
A deterioração da segurança no mundo foi a mais significativa em 60 anos, disse o IEP. As estimativas sobre como teria sido o indicador antes de seu lançamento, em 2007, mostravam a paz mundial melhorando mais ou menos continuamente desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
"Parece haver uma série de causas", disse Steve Killelea, fundador e presidente-executivo do IEP, à Reuters. "Você tem as repercussões da 'Primavera Árabe', a ascensão do terrorismo especialmente após a invasão do Iraque e as repercussões da crise financeira global."
O estudo analisa 22 indicadores em 162 países, incluindo os gastos militares, as taxas de homicídios e mortes por conflitos, o terrorismo e a desobediência civil.
Paz global em queda
Ao longo dos últimos sete anos, segundo o IEP, o indicador de paz para todos os países do mundo juntos passou de 1,96 para 2,06, indicando um mundo menos pacífico.
Ao longo dos últimos sete anos, segundo o IEP, o indicador de paz para todos os países do mundo juntos passou de 1,96 para 2,06, indicando um mundo menos pacífico.
Quando esse valor foi ajustado para levar em conta as diferentes populações em cada país, a deterioração foi ainda mais acentuada, de 1,96 para 2,20.
Síria e Afeganistão são classificados como os países menos pacíficos do mundo. Sudão,República Centro-Africana, Ucrânia e Egito apresentando algumas das reduções mais acentuadas nos níveis de segurança.
A Islândia ficou com a primeira posição, como o país mais pacífico.
Enquanto os Estados Unidos e os países europeus ocidentais estão cortando em grande parte os gastos com a defesa, China, Rússia e os países ao longo de suas fronteiras, bem como as nações do Oriente Médio, estão comprando mais armas à medida que a tensão aumenta.
Há algumas boas notícias, segundo Killelea. Em geral, os índices de Direitos Humanos da Anistia Internacional e do Departamento de Estado dos EUA apresentaram melhora.
No entanto, mortes classificadas como resultado do terrorismo continuam a aumentar em todo o mundo e, particularmente, no Iraque, Afeganistão, Síria, Nigéria, Paquistão e outros.
Como a base da pesquisa inclui dados até março, o estudo não incorpora a recente onda de violência no Iraque e na Ucrânia. "Não há dúvida de que se esses dados fossem usados agora, o quadro seria ainda pior", disse Killelea.
TEXTO 2
Se queremos alcançar neste mundo a verdadeira paz e se temos de levar a cabo uma verdadeira guerra contra a guerra, teremos de começar pelas crianças; e não será necessário lutar se permitirmos que cresçam com a sua inocência natural; não teremos de transmitir resoluções insubstanciais e infrutíferas, mas iremos do amor para o amor e da paz para a paz, até que finalmente todos os cantos do mundo fiquem cobertos por essa paz e por esse amor pelo qual, consciente ou inconscientemente, o mundo inteiro clama. Mohandas Gandhi, in 'The Words of Gandhi'
Texto 3
SÓ A PAZ É REVOLUCIONÁRIA
Quando as pessoas vão entender o óbvio? Que democracia só pode existir
na paz (nunca na guerra que é constituinte de autocracia)? E quando vão
entender que paz não é não-violência e sim não-guerra? Você pode reagir
violentamente diante de ameaça patente à vida (sua e de terceiros), 11
diante da privação injustificada da liberdade e diante da imposição
voluntária de sofrimentos aos semelhantes (e aos seres sencientes) e,
mesmo assim, não fazer guerra.
A guerra não é a violência eventual, incidental, que ocorre sempre que
diferentes derivas biológicas ou sociais interagem desarmonicamente. Por
exemplo, dois animais disputando um mesmo pedaço de alimento. Outro
exemplo: duas tribos disputando o acesso à um recurso vital (como a
água).
Quando as pessoas vão entender o óbvio? Que democracia só pode existir
na paz (nunca na guerra que é constituinte de autocracia)? E quando vão
entender que paz não é não-violência e sim não-guerra? Você pode reagir
violentamente diante de ameaça patente à vida (sua e de terceiros), 11
diante da privação injustificada da liberdade e diante da imposição
voluntária de sofrimentos aos semelhantes (e aos seres sencientes) e,
mesmo assim, não fazer guerra.
A guerra não é a violência eventual, incidental, que ocorre sempre que
diferentes derivas biológicas ou sociais interagem desarmonicamente. Por
exemplo, dois animais disputando um mesmo pedaço de alimento. Outro
exemplo: duas tribos disputando o acesso à um recurso vital (como a
água).
A guerra não é o conflito mas um modo de resolver o conflito que se
estabelece e se reproduz culturalmente organizando cosmos sociais
vincados pela contraposição amigo x inimigo. É um engendramento baseado na construção de inimigos como pretexto para erigir estruturas
hierárquicas e modos de regulação autocráticos. A guerra é violência
coagulada e só subsiste quando a violência se institucionaliza ou se
prorroga como modo de vida social.
Nada disso tem a ver com ataque ou defesa, que já são categorias da
guerra. Aliás, é sempre em nome da defesa que se erigem estruturas e
dinâmicas guerreiras. Não da defesa à ameaça patente, concreta e sim à
ameaça imaginária, abstrata, que poderia sobrevir no futuro caso... os
inimigos resolvessem nos atacar. O lema inscrito nos muros dos quartéis
revela tudo: "Se queres a paz, prepara-te para a guerra". Na verdade,
quem se prepara para a guerra, quer a guerra, produz a guerra, inventa a
guerra (que não existe como realidade transcendente ou imanente, mas
apenas se nós a fazemos).file:///C:/Users/Rose/Downloads/umnovoconceitoderevoluo-140413082301-phpapp01.pdf
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