quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Mudança climática. Estilo Enem.Proposta de intervenção: buscar soluções para o país.

Problematize; mas coloque o Brasil no centro da sua escrita; organize suas ideias na direção de mostrar como  o país pode criar meios de diminuir as consequências negativas das mudanças climáticas
Use o que a coletânea fornece. Mas, se souber mais  que isso, está valendo.

''A mudança climática já está provocando efeitos em todos os continentes e em todos os oceanos, segundo relatório apresentado em 31 de março por cientistas reunidos em Yokohama, no Japão. Eles alertaram que o problema tende a piorar substancialmente, a menos que as emissões de gases de efeito estufa sejam controladas.
O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, grupo das Nações Unidas, concluiu que as calotas polares estão derretendo, o gelo marinho no Ártico está em colapso, o abastecimento de água está sobrecarregado, ondas de calor e chuvas fortes estão se intensificando, os recifes de corais estão morrendo e os peixes e muitas outras criaturas estão migrando para os polos ou sendo extintos.
Porém, o pior ainda está por vir, disseram os cientistas no segundo de três relatórios que devem influenciar o debate a respeito de um novo tratado climático global no ano que vem. O relatório enfatizou, em especial, o risco considerável ao abastecimento alimentar do planeta -ameaça que pode ter sérias consequências para nações mais pobres.
"Ninguém ficará intocado pelos impactos da mudança climática", disse Rajendra Pachauri, presidente da comissão.
No topo da pauta está a previsão de que o nível global do mar pode subir até um metro neste século. Tal aumento será desigual por causa dos efeitos gravitacionais e da intervenção humana, de modo que prever o seu resultado em qualquer lugar é difícil. Mas nações insulares, como Maldivas, Kiribati e Fiji, podem perder grande parte do seu território, e milhões de bengaleses terão que ser deslocados. "Há muitos lugares no mundo sob risco de elevação do nível do mar, mas Bangladesh está no topo da lista", disse Rafael Reuveny, professor na Universidade de Indiana, em Bloomington.
Os efeitos da mudança climática têm levado a um crescente sentimento de indignação nos países em desenvolvimento. Muitos deles sofrerão em cheio as consequências do aumento das temperaturas e do nível do mar, apesar de terem contribuído pouco para a poluição apontada como a causa desses problemas.
Em uma conferência climática em Varsóvia, em novembro, houve uma emotiva manifestação de países que enfrentam ameaças existenciais, entre eles Bangladesh, que produz apenas 0,3% das emissões responsáveis pela mudança climática. Alguns líderes exigiram que os países ricos compensem as nações pobres pelo fato de serem os ricos os maiores poluidores da atmosfera. Alguns dizem que os países desenvolvidos devem abrir suas fronteiras aos migrantes climáticos. "É uma questão de justiça global", disse Atiq Rahman, do Centro de Estudos Avançados de Bangladesh.
Deltas fluviais do mundo todo estão particularmente vulneráveis aos efeitos da elevação do nível dos mares, e cidades mais ricas, como Londres, Veneza e Nova Orleans, também enfrentam um futuro incerto.
Bangladesh contribui pouco para a poluição atmosférica, mas sua necessidade de extrair água subterrânea para abastecer a população -já que os rios estão poluídos demais- faz a terra ceder. Assim, enquanto o nível do mar está subindo, as cidades bengalesas estão afundando.
Políticos e cientistas climáticos de Bangladesh concordam que, até 2050, o aumento do nível do mar inundará cerca de 17% do território e obrigará o deslocamento de cerca de 18 milhões de pessoas, segundo Rahman.
Os bengaleses já começaram a se afastar das aldeias mais baixas nos deltas fluviais da baía de Bengala, segundo cientistas.
Grande parte do que o governo de Bangladesh está fazendo para tentar impedir o dilúvio -erguendo diques, dragando canais, bombeando água- agrava a ameaça de inundação a longo prazo, disse John Pethick, ex-professor da Universidade de Newcastle, no Reino Unido. Ele previu que o mar pode subir até quatro metros em Bangladesh até 2100, aumento que teria consequências desastrosas num país onde quase um quarto do território está menos de dois metros acima do nível do mar.
"Precisamos de uma solução regional e global", disse Tariq Karim, embaixador de Bangladesh na Índia. "E, se não conseguirmos uma logo, o povo de Bangladesh em breve vai se tornar um problema do mundo, porque não seremos capazes de contê-lo."



“O  compromisso é  ter emissões zero a partir de 2040 /2050, e isso significa  uma mudança de todo o sistema de desenvolvimento, que envolve mudança dos combustíveis”, disse hoje (1º) o  chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre,e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), José Marengo, um dos autores do novo relatório do IPCC. Marengo  apresentou o relatório na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro, e destacou que alguns países interpretam isso como uma tentativa de frear o crescimento econômico. Na verdade, ele assegurou que a intenção é chegar a um valor para que o aquecimento não seja tão intenso e grave.
Com base no relatório do IPCC, Marengo  comentou  que o  Brasil já revela um passo adiante em termos de adaptação às mudanças climáticas. “Eu acho que o Brasil já escutou a mensagem. Já está começando a preparar o plano nacional de adaptação, por meio dos ministérios do Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia e Inovação”. Essa adaptação, acrescentou, é acompanhada de avaliações de vulnerabilidades, “e o Brasil é vulnerável às mudanças de clima”, lembrou.
A adaptação, segundo ele, atenderá a políticas governamentais, mas a comunidade científica ajudará a elaborar o plano para identificar regiões e setores considerados chave. “Porque a adaptação é uma coisa que muda de região e de setor. Você pode ter uma adaptação no setor saúde, no Nordeste, totalmente diferente do Sul. Então, essa é uma política que o governo já está começando a traçar seriamente”.
O plano prevê análises de risco em setores como agricultura, saúde, recursos hídricos, regiões costeiras, grandes cidades. Ele está começando a ser traçado como uma estratégia de governo. Como as vulnerabilidades são diferentes, o plano não pode criar uma política única para o país. Na parte da segurança alimentar, em especial, José Marengo ressaltou a importância do conhecimento indígena, principalmente para os países mais pobres.
Marengo afiançou, entretanto, que esse plano não deverá ser concluído no curto prazo. “É uma coisa que leva tempo. Esse tipo de estudo não pode ser feito em um ou dois anos. É uma coisa de longo prazo, porque vai mudando continuamente. Ou seja,  é um plano dinâmico, que a cada cinco anos tem que ser reavaliado e refeito. Poucos países têm feito isso, e o Brasil está começando a elaborar esse plano agora”, manifestou.
Marengo admitiu que a adaptação às mudanças climáticas tem que ter também um viés econômico, por meio da regulação. “Quando eu falo em adaptação, é uma mistura de conhecimento científico para identificar que área é vulnerável. Mas tudo isso vem acompanhado de coisas que não são climáticas, mas sim, econômicas, como custos e investimento. Porque adaptação custa dinheiro. Quem vai pagar pela adaptação? “, indagou.
O IPCC não tem uma posição a respeito, embora Marengo mencione que os países pobres querem que os ricos paguem pela sua adaptação às mudanças do clima. O tema deverá ser abordado na próxima reunião da 20ª Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima COP-20, da Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorrerá em Lima, no Peru, no final deste ano.
Entretanto, o IPCC aponta situações sobre o que está ocorrendo nas diversas partes do mundo, e o que poderia ser feito. As soluções, salientou, serão indicadas no próximo relatório do IPCC, cuja divulgação é aguardada para  este mês. O relatório, segundo ele, apontará que “a solução está na mitigação”. Caso, por exemplo, da redução das emissões de gases de efeito estufa, o uso menor de combustíveis fósseis e maior uso de fontes de energia renováveis, novas opções de combustíveis, novas soluções de tecnologia, estabilização da população. “Tudo isso são coisas que podem ser consideradas”. Admitiu, porém,  que são difíceis de serem alcançadas, porque alguns países estão dispostos a isso, outros não. “É uma coisa que depende de acordo mundial”. http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-04/brasil-ja-comeca-preparar-adaptacao-mudancas-climaticas
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SE QUISER LER MAIS, LEIA. MAS A COLETÂNEA ACABOU

Derretimento de geleiras gigantes ultrapassou ponto de retorno, dizem cientistas (Folha de S.Paulo)
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2014/06/1464119-derretimento-de-geleiras-gigantes-ultrapassou-ponto-de-retorno-dizem-cientistas.shtml

Luiz Gylvan Meira: “As dúvidas sobre mudanças climáticas desapareceram” (Época)
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2014/06/com-evolucao-cientifica-duvidas-sobre-mudancas-climaticas-desapareceram.html 

Nasa afirma que derretimento de geleiras na Antártida é irreversível (Galileu)
http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2014/05/nasa-afirma-que-derretimento-de-geleiras-na-antartida-e-irreversivel.html 

Quatro graus a mais (Estadão)
http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,quatro-graus-a-mais-imp-,1503515 

Relatório: Prepare-se para o ponto onde não haverá retorno sobre o clima (em inglês) (Politico)
http://www.politico.com/story/2013/12/national-research-council-report-climate-change-could-hit-tipping-points-environment-100615.html 

Pequena era do gelo tomou a Europa em apenas meses (em inglês) (New Scientist)
http://www.newscientist.com/article/mg20427344.800-mini-ice-age-took-hold-of-europe-in-months.html 




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