quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Proposta: o politicamente correto



***********redação que deverá seguir o modelo exposto. é obrigatório. quero ver sua capacidade de obedecer um modo de escrita.

Reação de alunos faz professores pararem com piadas homofóbicas de cursinho.

 Gostaria de que vc analisasse este fato.Comece o primeiro parágrafo definindo o tal politicamente correto.Exponha o acontecimento do Intergraus no segundo parágrafo. A sua tese deverá vir também no segundo parágrafo - amarrada ao fato.

Em seguida, justifique em dois parágrafos o porquê de você aprovar- ou não - a atitude dos alunos. Conclua livremente. 

TEXT0 1

''Eu acho politicamente incorreto fazer piadinha com pobre, com negro e com judeu. Detesto o comportamento que banaliza atitudes desrespeitosas e humilhantes em relação a mulheres. Acho inaceitável que os gays sejam agredidos em função de sua orientação sexual. Aprendi ao longo da vida que nada do que é humano me é estranho.


O politicamente correto é o esforço possível de nossa época para dar dignidade aos mais fracos. Nasceu, como é óbvio, quando os mais fracos conseguiram se defender um pouco. Não só conseguiram afirmar direitos políticos, mas se mostraram capazes de competir um pouco no mercado de trabalho e levantar a cabeça e não aceitar uma tradição politica baseada na hierarquia e na obediencia.

A denuncia contra o politicamente correto nasce daí. É uma tentativa de retorno a um passado onde a desigualdade e a opressão eram vistas como dados naturais e imutáveis da vida.

Não só era preciso conformar-se com a situação. Era mesmo possível divertir-se com a infelicidade dos fracos e ofendidos. Solicitava-se, inclusive, que estes fossem cúmplices da própria humilhação. Este é o humor politicamente incorreto.
Vivemos numa sociedade hierarquizada, com várias formas invisíveis de poder, que podem prejudicar e ferir. Essa desigualdade se expressa na linguagem e é aí que a coisa pega. A desigualdade é um dado da existencia de todo mundo. Em parte está na natureza. Em parte é construida socialmente.
O debate envolve a linguagem porque ela é a forma mais eficaz para consolidar uma situação social. As palavras embrulham a realidade.
Entendo assim: numa sociedade dividida por tantas diferenças, o politicamente correto é necessário para quem não tem poder de retaliação para devolver uma ofensa nem dinheiro para contratar um bom advogado.

Oferece um ambiente social para quem impedir que qualquer pessoa tenha de voltar para casa humilhada por agressões vergonhosas e inaceitáveis.

Neste sentido, a cultura politicamente correta é civilizadíssima. Protege os indefesos, os fracos, os ofendidos. Os direitos dessas pessoas, que até estão inscritos na Constituição, muitas vezes não podem ser assegurados de outra maneira.

Conhece projeto mais avançado do que dar direitos a quem não consegue exercê-los?
Eu não.

Acho engraçado quando algumas pessoas condenam o politicamente correto com o argumento de que ameaça a liberdade de expressão.
É dificil encontrar uma resposta para a pergunta básica: expressar o que?

Pessoas de bom caráter ficarão com o rosto vermelho na hora de responder. As demais vão mudar de assunto. Sabem por que?

Porque todos nós temos um limite. Ninguém acha que é preciso expressar tudo, o tempo tempo, em qualquer lugar, para qualquer platéia.
Neste caso, estamos falando de uma atitude eticamente muito feia, que é o direito de bater nos mais fracos. Com perdão da palavra, essa postura envolve um comportamento fascista, como já foi observado várias vezes, por autores muito mais competentes. Apenas isso.

Você pode até defender que o direito de expressão dos fascistas. É um debate. Mas é bom admitir que é uma posição menos simpática e menos irreverente do que negar o direito de defesa a quem não tem como se defender.

Como se sabe, o fascismo sempre gostou de apresentar-se com outras máscaras.

Muita gente nem sabe o que está discutindo. Outras sabem e disfarçam. Norma''. http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/269898_EM+DEFESA+DO+POLITICAMENTE+CORRETO

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 TEXTO 2 - FUNÇÃO REFERENCIAL DA LINGUAGEM , O FATO

Reação de alunos faz professores pararem com piadas homofóbicas de cursinho



E
"O movimento feminista mais importante na história é o movimento dos quadris." Piadas típicas de cursinho pré-vestibular como essa correm risco de extinção.
As direções de instituições preparatórias frequentadas pela classe média alta paulistana têm orientado professores a suspender comentários jocosos para evitar processos.
Alunos e especialmente alunas têm reclamado do que consideram machismo, homofobia e racismo aos pais, que cobram explicações.
"Virei chato. Não faço mais brincadeiras. Minhas aulas estão terminando mais cedo. Passo exercícios a mais", diz um professor do Intergraus que não quis ser identificado.
Um professor do Anglo diz que é brincadeira entre os meninos chamar os professores de "bicha" e "veado". No início de 2014, ele passou de sala em sala para informar: "Se eu for conivente, como sempre fui, estarei permitindo que vocês usem a palavra gay com sentido pejorativo. E não tem. Não permito mais".
Para ele, o tema é tabu. "Entre 80 pessoas entenderem que é brincadeira e 20 acharem que você está incentivando alguma coisa, é melhor não fazer piada. O incrível é que, dez anos atrás, você podia contar piada de preto, de português. Ao mesmo tempo, era inimaginável ter dois meninos se beijando no cursinho como temos agora."
"Eu, três meninas e um menino saímos da sala quando o professor falou que, se quiser 'comer' a empregada, o cara tem que levá-la ao Habib's. Ele sempre fala que pobre adora Habib's", conta Julia Castro, 19, aluna do Anglo de Higienópolis. "Essas brincadeiras reforçam o preconceito. Nossa luta já é difícil."
Adolpho Mayer, 18, disse que se indignou. "Isso é discriminação de classe."
Davi Ribeiro/Folhapress
Estudantes na saída do cursinho Intergraus, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo
Estudantes na saída do cursinho Intergraus, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo
No aniversário de uma estudante no ano passado, meninos sortearam quem a beijaria. A aniversariante não consentiu, mas disse às amigas que foi obrigada pelo professor a ceder.
O professor, na condição de anonimato, admite que entrou na brincadeira: "Falei 'quem vai ser o felizardo?' Mas outra estudante protestou: 'Mulher não é objeto para ser sorteada'. Eu então pedi desculpas e passei a repudiar a brincadeira".
Para Clara, 18, que fez Intergraus em 2013 e hoje cursa arquitetura na USP, "o humor que oprime alguém não merece a risada de quem assiste à aula". "Não digo que não se deve fazer piadas. Mas que estas sejam inteligentes o suficiente para tirar sarro do opressor, e não do oprimido."
Jorge Ovando, gerente de marketing do Intergraus, afirma que as queixas, em geral, são fruto de má compreensão. "A instrução é não brincar." Luís Ricardo Arruda, coordenador-geral do Anglo, conta que a recomendação é tratar os alunos "com respeito". "As piadas têm que ser adaptadas a seu tempo." 


texto 3 

O politicamente correto é o novo SNI

Ando padecendo de um mal dos tempos. Outro dia fui ao supermercado comprar um refri. Perdi quase meia-hora em frente à gôndola analisando minhas opções: Pepsi Citrus, Pepsi Light, Pepsi Zero, Pepsi descafeinada, Pepsi sabor Coca-Cola, Pepsi com leve toque de bacon, Pepsi Noodles... Santa Clara e Santa Gema nos acudam!
É tanta escolha de um mesmo produto que sabe o que eu fiz? Isso mesmo, coloquei o rabinho peludo entre as pernas e fui embora sem comprar necas. Era tanta escolha que eu não consegui fazer a minha. Deu "overload" e travou o sistema.
Ainda por cima nesta profissão danada de matraquear... Neste ofício de apresentar ideias, de ter de convencer sobre qual o galo "bão" e o galo ruim... Olha, vou te contar.
Ainda mais hoje. Antigamente você dizia uma coisa, o leitor muito educadamente agradecia ou mandava você a merda, concordava ou não e depois deixava você estar para ir cuidar de seus afazeres: comprar ficha de orelhão, jogar Atari, o que fosse.
Hoje, não. Camarada vem com um argumento cretino, depois volta com outro e mais outro, todo mundo tem uma opinião definitiva para dar. E você nunca mais terá paz, a não ser que seu computador seja engolido por um cão mastim gigante, com seu tablet, seu laptop e seu smartphone. Note que meu vizinho tem um gato, o que torna a hipótese ainda mais remota.
A turma quer prevalecer de qualquer jeito. Assuntos que se prestem a opiniões polêmicas não faltam. E o pessoal não se contenta mais com questões éticas que não tenham soluções fáceis, em que a coletividade é forçada, em nome do bem comum, a escolher a menos ruim das hipóteses.
De forma alguma. Hoje, não ficam nem acanhados ao proferir mísseis como: "Olha só, eu não concordo com Platão" ou "Nesse aspecto, eu acho que Sócrates deu mancada".
Nestes tempos pródigos em democratizar o ponto de vista, a turma se põe em pé de igualdade com os pensadores e sente-se à vontade para desancar Descartes, dar beijinho no ombro de Aristóteles e mandar Thoreau procurar as negas dele no mato.
Isso não é culpa do Mark Zuckerberg. É que há muita opinião esperando para ser dada. Confirma comigo se você é contra ou a favor: 1) do "rolezinho" (se eu soubesse o que é, seria bem mais fácil opinar, né não?); 2) da lei de cotas; 3) da lei que transforma homofobia em crime; 4) da nova lei do Ecad (entidade que administra direitos autorais no país); 5) da lei da palmada -e ainda de uma série de outras questões. A favor ou contra o Dirceu trabalhar fora do presídio, ou contra ou a favor da Copa. Se bem que, essa última, que só foi lançada como questionamento de um ano para cá, eu só aceitarei como "dúvida existencial" quando me explicarem como se pratica a militância contra ou a favor de dias chuvosos.
Muito bem. Já descobrimos que todos buscamos posições categóricas para chamar de nossas.
Não se trata de tentar entender. O que quero saber, galera, é onde buscar a opinião que me posicione do lado certo. Eu só quero estar certo, não é isso?
Mas, como vou achar respostas se não tenho repertório nem capacidade de raciocínio? Ora, é para isso que surgiu o próspero mercado de palestras. Quer coisa mais prática do que sentar e ouvir?
Nesta semana fui ouvir um "especialista", coisa fina, entrada caríssima. Ele discorria sobre a precificação daquilo que não deveria ser medido em dinheiro, quando me dei conta de que tudo o que ele falava constava do seu livro, lançado no Brasil. Ou seja, ali, diante de mim, estava um produto, não um professor dando uma aula.
Deu vontade de dizer à mulher ao meu lado que tomava anotações. "Perca seu tempo, não. Está tudo no livro que você compra no saguão..." 


texto 4

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) colocou no ar duas propagandas que, com cenas de humor, indiretamente criticam queixas politicamente corretas levadas ao órgão.
As campanhas estão gerando polêmica entre consumidores e associações, e viraram alvo de processo dentro do próprio Conar.
Em uma das propagandas, um consumidor aborda um palhaço chamado Peteleco, que está brincando com um grupo de crianças. "Você não tem vergonha de fazer apologia à violência, não?", pergunta o consumidor, fazendo referência ao nome do palhaço.
Ele também critica a flor de lapela do palhaço, que esguicha água. "Cadê sua consciência ambiental?", questiona.

No outro comercial, um casal está num restaurante comendo feijoada e o homem chama o garçom para fazer uma reclamação. "Não entendi por que você separou o arroz do feijão. Por acaso você é a favor da segregação?", pergunta.

A mulher reclama que a couve é o único alimento "feminino" do prato, uma vez que é servida com arroz, feijão e o torresminho. "Isso é machismo", diz ela.
Ao final das duas propagandas, criadas pela agência AlmapBBDO, uma voz diz que o Conar é responsável por regular a publicidade no Brasil e todos os dias recebe dezenas de reclamações. "Muitas são justas; outras, nem tanto. Confie em quem entende. Confie no Conar", diz a peça publicitária.

Vídeos ridicularizam reclamações, diz Idec

Consumidores que se sentiram ofendidos com as propagandas fizeram queixas ao Conar, o que resultou na abertura de um processo no órgão, habituado a julgar campanhas feitas por empresas.
Além disso, 30 associações, como Geledés - Instituto da Mulher Negra, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social e Liga Brasileira de Lésbicas (LBL-SP), enviaram uma carta ao Conar pedindo que as propagandas sejam retiradas do ar. As entidades argumentam que as campanhas não tratam com seriedade as demandas de alguns grupos sociais.
Para o Idec, os vídeos "são abusivos por disseminar informações incorretas, ridicularizar e desqualificar as reclamações dos consumidores". O instituto diz que o Conar se mostra como o responsável por coibir abusos na publicidade, quando, na verdade, esse poder é restrito.
"[O Conar] pode apenas recomendar alterações ou suspensões de campanhas que ainda estiverem no ar. Cabe ao Sistema Nacional de Defesa do Consumidor impor sanções mais efetivas quando há o desrespeito ao consumidor, com a aplicação de multas, por exemplo", afirma o Idec, em nota.

Campanha não desencoraja queixas, diz agência

Bruno Prosperi, diretor de criação da AlmapBBDO, diz que o Conar procurou a agência para que fizesse uma campanha que aproximasse o mercado publicitário dos consumidores.

"Os filmes retratam situações de reclamações exageradas, mas, em momento algum, desencorajam o consumidor a reclamar. Pelo contrário. A ideia da campanha é mostrar que, seja lá qual for a reclamação, temos um órgão imparcial e formado por especialistas aptos a julgar se as críticas são cabíveis e decidir se uma campanha deve ou não permanecer no ar", afirma Prosperi.

Para ele, as redes sociais acabaram dando mais voz aos consumidores. "Ficou muito mais fácil opinar, criticar, refletir e comentar sobre qualquer assunto ou tema. Isso não significa que precisamos ter medo do que devemos comunicar. Mas, com certeza, devemos ter clareza e estar seguros do assunto de que estamos tratando."
O excesso de controle, porém, muitas vezes acaba tolhendo as equipes de criação das agências, afirma Murilo Orefice, professor do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Anhembi Morumbi.
"Por um lado, é necessário haver um controle, tanto por meio da autorregulamentação como por meio de legislação, e a sociedade ganha com isso. Mas o politicamente correto tem ganhado cada vez mais força e é preciso haver bom senso. As propagandas do Conar são claramente peças de humor. A mim, as reclamações sobre elas parecem um certo exagero", diz o professor.
O Conar diz que a carta das entidades civis foi anexada ao processo aberto pelos consumidores e tudo será analisado em reunião do conselho em maio. Até lá, as campanhas continuarão no ar.http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/04/11/consumidores-reclamam-e-conar-vai-julgar-anuncio-feito-pelo-proprio-orgao.htm
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