quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Obesidade infantil ( para a Med ABC, STa Marcelina ...)

TEXTO 1
A genética do apetite
Os hábitos alimentares de crianças podem ser influ-enciados por uma mutação genética. É o que sugere um es-tudo publicado recentemente na revista Appetite. Os pesqui-sadores da Universidade McGill, no Canadá, descobriram que uma variação no gene DRD4 faz com que os pequenos, espe-cialmente as meninas, optem por alimentos mais calóricos quando comparados a quem não apresenta tal mutação gené-tica. Foram acompanhadas 150 crianças, de 4 anos. Levadas a uma sala com uma mesa repleta de alimentos saudáveis e não saudáveis, elas tinham de escolher entre bolinhos de chocolate, sorvetes, croissants e cereais integrais. Em segui-da, as mães respondiam a um questionário sobre os hábitos alimentares de seus filhos. "Em nossa pesquisa, identificamos um fator de risco para a obesidade no futuro", diz a brasileira Patrícia Silveira, pediatra, neurocientista e autora do estudo. O gene DRD4 atua na regulação da dopamina, o neurotrans-missor relacionado à sensação de recompensa. Em crianças com a mutação, a dopamina não funciona adequadamente e, para compensar essa deficiência, elas optam por consumir mais alimentos calóricos.
Sabe-se que a escolha de um alimento por uma criança depende de vários fatores, desde os ambientais até os genéticos. A influência materna começa muito antes do nas-cimento do bebê. Estudos mostraram que, durante a gesta-ção, o feto consegue sentir o gosto do que é consumido pela mãe. Depois do nascimento, o sabor dos alimentos continua a ser passado de mãe para filho pela amamentação. "Os bons hábitos à mesa devem ser estimulados sempre e, quanto mais cedo a criança for exposta a alimentos saudáveis, me-lhor", diz Patrícia. "Isso porque, durante a infância, o cérebro da criança aceita novos sabores com mais facilidade." Por mais que os genes exerçam influência, o papel dos pais é ainda mais decisivo. Estima-se que 15% dos meninos com sobrepeso e 12% das meninas serão obesos no futuro. O pior: a obesidade infantil pode antecipar entre dez e vinte anos a manifestação de doenças cardiovasculares.
Adaptado de: Revista Veja, de 11/12/2013, edição 2351, Editora Abril,
página 104, inserido no tema sobre saúde escrito por Natalia Cuminale.

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