terça-feira, 18 de novembro de 2014

PROPOSTA PARA O ABC: CIRURGIA PLÁSTICA



ESCREVA UM TEXTO ARGUMENTATIVO EM QUE VOCÊ FAÇA CONSIDERAÇÕES ÉTICAS SOBRE A CIRURGIA PLÁSTICA REALIZADA EM PACIENTES DE  TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL. 

ESCREVA UMA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA SOBRE O TEMA: A ÉTICA E A CIRURGIA PLÁSTICA.

"O Brasil é um dos líderes mundiais da indústria de cosméticos e ocupa o segundo lugar no ranking da cirurgia plástica, perdendo apenas para os Estados Unidos", observa o sociólogo. "Muitas vezes, o recurso a remédios, tratamentos e cirurgias é encarado como uma solução mágica para problemas emocionais ligados à auto-estima, que se manifestam na insatisfação com o próprio corpo e levam ao desejo de transformá-lo. Assim, mesmo que um tratamento estético ou um procedimento cirúrgico seja bem-sucedido do ponto de vista médico, pode não trazer a satisfação esperada pelo paciente e resultar na negação do corpo metamorfoseado".

O caso das cirurgias plásticas mal-sucedidas é mais grave, porque pode não só aprofundar como criar problemas emocionais que estão na origem da insatisfação com o corpo. "A pessoa que se submete a uma cirurgia desnecessária não pode ser criticada porque optou por correr, em nome da beleza, os riscos comportados em uma intervenção cirúrgica", argumenta o pesquisador. "O questionamento recai sobre a forma como estes riscos são apresentados pelos meios de comunicação. As cirurgias plásticas hoje são vendidas a prazo e encaradas como um procedimento simples, como se não existisse uma recuperação demorada e a possibilidade de ocorrerem complicações médicas".

Neste ponto, a busca da beleza coloca um dilema ético ligado à idéia de mercantilização da medicina. "Quando um médico não questiona a ausência de necessidade de uma cirurgia desejada pelo paciente, ou não chama a atenção para os riscos implícitos nos procedimentos, deixa de lado os preceitos éticos e se torna um comerciante da medicina. Este é um problema de saúde pública que não pode ser resolvido facilmente. Se por um lado o desejo de um corpo perfeito é constantemente estimulado por estereótipos divulgados na mídia e o fato de fazer uma cirurgia plástica deixou de ser motivo para segredo, por outro a mercantilização da medicina não está ligada ao despreparo dos profissionais, que recebem formação ética, mas à ganância de alguns deles".
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TEXTO2

O transtorno dismórfico corporal (TDC), também chamado de dismorfia, é um quadro no qual a pessoa se torna patologicamente preocupada com uma característica física imaginada ou pouco perceptível em sua aparência. Ele costuma ser associado ao transtorno obsessivo compulsivo (TOC), à ansiedade e à depressão e, nos casos mais graves, ao risco de suicídio.
 Embora na opinião de alguns profissionais como a dermatologista Luciana Conrado, doutora em ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), o termo “dismórfico” não seja necessariamente o mais adequado para descrever o transtorno, ela reconhece que a insatisfação é a “massa de trabalho” dos profissionais que atendem pessoas em busca de correções físicas. “O limite é tênue, mas em certos casos, a diferença entre a maneira que o indivíduo vê o próprio corpo e a maneira como os outros o enxergam é muito distante”, observa a médica, pós-graduada em psicossomática psicanalítica pelo Instituto Sedes Sapientiae.
O interesse por compreender melhor o que estava por trás da preocupação exagerada com um defeito pequeno ou inexistente apresentada por alguns pacientes que chegavam ao seu consultório a motivou a estudar esse “problema secreto”, que muitas vezes os pacientes escondem e, não raro, os próprios profissionais têm dificuldade de identificar e manejar.
Segundo ela, na população em geral, 2% das pessoas apresentam o transtorno; entre pacientes dermatológicos 7% se enquadram no diagnóstico e quando consideramos os que buscam tratamentos cosméticos esse percentual chega a 14%, um índice considerado bastante alto. Para chegar a esses resultados, a dermatologista desenvolveu uma pesquisa, inspirada no estudo da psiquiatra americana Katherine Phillips, para a conclusão de seu doutorado, em 2009, levando em conta o enquadre diagnóstico, a epidemiologia e a avaliação do nível de crítica dos voluntários, usando testes psiquiátricos para fazer a avaliação.
Na ocasião, entrevistou 350 pessoas: 150 pacientes dermatológicos, outros 150 que haviam procurado tratamento cosmético e 50 provenientes da ortopedia, que compuseram o grupo de controle. Luciana Conrado salienta ainda que não apenas dermatologistas e cirurgiões plásticos recebem essas pessoas, mas também otorrinolaringologistas, oftalmologistas, dentistas e mesmo profissionais que trabalham com estética devem ficar atentos aos clientes que nunca parecem satisfeitos e continuam pedindo novas intervenções.

Ela defende o atendimento multiprofissional para esses pacientes. Trabalhando na Universidade Justus Von Liebig, em Giessen, na Alemanha, ela acompanhou o tratamento de pessoas com o transtorno que recebiam atendimento diversificado: acompanhamento dermatológico e psiquiátrico, medicação para conter a obsessão, sessões de terapia de grupo e arteterapia. Ainda que seja difícil falar em cura definitiva, o acompanhamento focado na diminuição da percepção do suposto defeito pode trazer grande alívio ao paciente.
http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/em_busca_da_imagem_perfeita.html

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